Ação e Horror
Criador:
Temporada: 2-
Elenco: Ji-Hoon Ju, Doona Bae, Kim Sungkyu
Duração média: 45 min.
Canal
Numa tentativa de golpe, uma epidemia de zumbis acomete o país arrasando com a população pobre e deixando bastante vulnerável a elite despreparada. A série sul coreana Kingdom, da Netflix, traz tudo isso na época medieval com muita crítica social e com direção de arte e caracterizações impressionantes.
O contexto central era a desigualdade social que expunha os pobres à fome, à falta de saneamento básico e à higiene. Apesar disso, pouco se via de rebeldia ou conflitos, o povo era totalmente submisso ao poder, não apenas do estado, mas principalmente dos nobres que se valiam de seus privilégios para se manterem fartos em comida, conforto e segurança. Claro que esse se valer, em geral, permitia violência e subjugamento que ajudavam nos controles dos ânimos, apesar da miséria.
Mas acontece que zumbi não tem medo e mata para comer…
Por serem os mais frágeis e expostos, a população mais pobre é a primeira atingida pela epidemia zumbi e isto fez com que a proliferação fosse ainda mais acelerada. E aí que a coisa fica joia, vai morrendo e contaminando tanta gente, naquele ritmo “não se apegue em ninguém, que periga…” que a gente gosta. O número fica tão alto que cada vez fica mais difícil conter a evolução e o avanço, mesmo com batalhas incríveis e heróis que mereceriam poster no quarto.
Os personagens principais são pautados em honra, lealdade e foco no bem maior, um tapa na cara da sociedade individualista. Como principal representante do bem para o povo temos o príncipe Lee Chang (Ji-Hoon Ju) que traz frases edificantes e tira vibração da torcida do sofá. Já a médica Seo Bi (Doona Bae), ganha um peso especial em sua missão pela cura. Além destes, outras personalidades ganham destaque para a luta contra doença e injustiças com forte teor simbólico.
Para perder o fôlego e pensar…
Os vilões, como os principais tiranos do mundo (de todos os tempos), são inconsequentes, e predadores. Pregam proteger família e tradição, mas no fundo estão apenas concentrados em perpetuar no poder, com alianças que os mantêm no lugar e crueldades que aprisionam o povo. Só pelo papo já dá para identificar quem é do bem e quem é do mal, mas quase sempre é assim, não é mesmo?
A série o tempo todo traz um discurso político bastante apurado, com lição sobre liderança popular, relevância de distribuição de renda e o quão cruel e irresponsável (e até autodestrutivo) pode ser um golpista. As cenas de luta, ação e os zumbis se multiplicando e fazendo absurdos dá ao pano de fundo (crítico) o peso e o ritmo que todo o discurso e o esquema simbólico precisam.
Uma obra metafórica, com alto grau artístico e de fidelidade histórica (salvo os zumbis, claro), com uma pegada alucinante e um envolvimento entre os personagens bastante emocionante que conseguem a adrenalina e a torcida do primeiro ao último episódio.
O Melhor Episódio:
T2E6 – Episódio 6