Fantasia
Direção: Jay Karas
Elenco: Seth Carr, Tichina Arnold, Adam Pally, Ken Marino, Aryan Simhadri, Momona Tamada, Glen Gordon, Keith Lee, Babatunde Aiyegbusi, Josh Zaharia, Dallas Young, Bodhi Sabongui
Roteiro: Larry Postel, Zach Lewis, Jim Mahoney, Peter Hoare, Larry Postel
Duração: 101 min.
Nota: 5
Objetos mágicos que dão poderes aos seus portadores são comuns em filmes infantis. Em A Grande Luta, o objeto é uma máscara de luta livre daquelas que conhecemos bem. Quem a encontra é o jovem Leo, vivido pelo ator mirim Seth Carr (Pantera Negra), um apaixonado pelo esporte, que sonha em ser um dos atletas do World Wrestling Entertainment (WWE).
O filme tem várias coisas muito comuns ao gênero: o conflito entre os brigões e os fracotes da escola, a paixão pela colega de turma, uma personagem muito carismática e divertida (a avó interpretada por Tichina Arnold, de Motoqueiros Selvagens) e uma quebra na relação familiar.
Há um carisma naquilo que se vê, embora A Grande Luta funcione melhor com crianças do que com adultos. Impossível não falar de uma barreira é inegável: todo filme ou qualquer criação ficcional precisa de uma identificação com o objeto que explora. No Brasil, a conexão com a luta livre não é tão grande como no México ou nos Estados Unidos e isso complica um pouco o filme, mas é algo que pode encantar as crianças que estarão conhecendo as apresentações, criando essa conexão.
Sem grande elaboração estética, a trama segue bastante vinculada nos poderes que a máscara mágica dá a Leo, construindo caminhos comuns em filmes familiares, como o vilão caricato, os colegas muito próximos ao estereótipo e, claro, o ringue. Mas fraqueja quando se desvia dela. A história da relação com o pai e a ausência da mãe são importantes, mas não conseguem empolgar, muito pela falta de empatia com o personagem do pai, vivido pelo fraco Adam Pally (Band Aid).
Não é um filme que tenha grandes pretensões além da de divertir, por isso diretor Jay Karas sabe que precisa explorar aquilo que tem de melhor e dá muito espaço para o quarteto – atento à representatividade – formado por Carr, o estreante Aryan Simhadri (Adventures in Wonder Park), Momona Tamada (Para Todos os Garotos: P.S.: Ainda Amo Você) e Glen Gordon (Hot Street), e à divertida e espalhafatosa avó. As lutas, que contam com nomes reais do WWE, também têm o seu destaque, justamente pelas várias possibilidades de humor que possibilitam, com seus lutadores caracterizados e a própria competição.
Com estrutura simples e dedicação, A Grande Luta é ideal como passatempo para os menores, trazendo graça para esses dias tensos em que as aulas estão suspensas e eles não podem sair de casa. E não deixa de ser nostálgico voltar à velha fórmula dos objetos mágicos, pena que há a não-identificação e alguns equívocos que deixam tudo mais complicado.
Um Grande Momento:
A limonada.
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