Anticristo

(Antichrist, DIN/ALE/FRA/SUE/ITA/POL, 2009)

Câmera de alta velocidade, uma ária maravilhosa de Handel e imagens estonteantes. É assim que Lars Von Trier conduz o público para dentro do agoniante pesadelo pessoal de um casal que acaba de perder seu único filho.

O filme – todo dividido em capítulos – já traz no prólogo toda a duplicidade do filme. Imagens maravilhosas e plasticamente perfeitas trazem, ao mesmo tempo, o maior prazer e a maior dor que alguém pode sentir. O clímax da relação sexual e a morte de um filho são duas coisas tão contrastantes que só poderiam mesmo estar juntos em uma fábula perfeitamente embalada pela ária “Rinaldo, lascia ch’io pianga”.

O jogo de contrastes segue por todo o filme comparando e medindo forças. O masculino e o feminino; o interior e o exterior; o racional e o emocional; a depressão e a euforia; o prazer e a dor.

Metáforas são jogadas na tela e cenas chocantes vêm para acentuar sentimentos que já não são mais só dos personagens. Não que as mutilações não incomodem, mas fazem todo o sentido.

Até mesmo a raposa falante é plausível em um filme que não pode ser transformado em palavras e não deve ter um “modo de usar”. Ou seja, está lá para ser visto, sem maiores discussões, apegos e tentativas de explicação.

Quem se aventurar corre o risco de sair da sala bem impressionado com tudo que vai ver.

O clima depressivo não desaparece quando os créditos começam a subir. Vai junto com o espectador para casa e demora a ser digerido.

Um Grande MomentoTodo o prólogo.

Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito)

Cannes
: Palma de Ouro, Atriz (Charlotte Gainsbourg)

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Terror
Direção: Lars Von Trier
Elenco: Willem Dafoe, Charlotte Gainsbourg
Roteiro: Lars Von Trier
Duração: 109 min.
Minha nota: 9/10

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