Conexão Escobar

(The Infiltrator, GBR, 2016)
Drama
Direção: Brad Furman
Elenco: Bryan Cranston, John Leguizamo, Amy Ryan, Daniel Mays, Tom Vaughan-Lawlor, Olympia Dukakis, Joseph Gilgun, Jason Isaacs, Mark Holden, Juliet Aubrey, Diane Kruger, Benjamin Bratt, Andy Beckwith, Michael Paré, Carsten Hayes
Roteiro: Robert Mazur (livro), Ellen Sue Brown
Duração: 127 min.
Nota: 4 

Entre os filmes policiais, há um tema recorrente: os policiais que trabalham infiltrados em organizações criminosas. Aproveitando-se do sucesso do seriado Narcos, produzido pela Netflix, e Pablo, el patron del mal, da colombiana Caracol Televisión, Conexão Escobar conta a história de Roberto Manzur, agente da alfândega que infiltrado, e sua participação na Operação C-Chase.

A operação levou para a cadeia parte do alto comando do Cartel de Medellín que atuava nos Estados Unidos, além de banqueiros que faziam a lavagem do dinheiro conseguido com o tráfico de drogas. o abalo no sistema financeiro das organização criminosa atrapalhou efetivamente o lucrativo negócio de Pablo Escobar no país.

Nos anos 80, o combate ao tráfico e a busca por Escobar, considerado até hoje o responsável por abrir as portas dos EUA à cocaína, eram alguns dos principais objetivos do governo de Ronald Reagan. Estima-se que o Cartel de Medellín chegou a mandar de 70 a 80 toneladas de cocaína por mês aos Estados Unidos.

Com Bryan Cranston (Trumbo) na pele do agente Robert Mazur, uma importante peça na Operação C-Chase, o filme tenta dar conta de toda a história do infiltrado antes e durante as ações, mas também quer falar de sua vida particular. O que parecia promissor, avança sendo coisa demais, e carece de uma distribuição eficiente.

Com muitas personagens e muitas informações, o filme acaba se atropelando e não dá conta de trazer à tela a tensão necessária para o envolvimento do espectador. O resultado, confuso, não é catastrófico, mas o distanciamento é um problema grave do início ao fim.

Não bastam as atuações esforçadas dos atores principais, que tentam fazer o que podem com o que têm nas mãos, nem toda a recriação apurada da época pela equipe de direção de arte, comandada por Crispian Sallis. O roteiro adaptado de livro biográfico escrito pelo próprio Mazur é mal trabalhado; as opções do diretor Brad Furman (O Poder e a Lei) são ineficientes, e a edição a seis mãos de Luis Carballar (Amores Brutos), Jeff McEvoy (Nerve) e David Rosenbloom (Aliança do Crime), atrapalhada.

Resta ao público de Conexão Escobar acompanhar a história, que não deixa de ser interessante por ser um evento real, e tentar não só preencher as lacunas deixadas pelo filme, mas também tentar se animar com o que está vendo na tela.

Um Grande Momento:
Nada tanto assim.

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