Drama
Direção: Fernando Meirelles
Elenco: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Yusuke Iseya, Yoshino Kimura, Maury Chaykin, Danny Glover, Mitchell Nye, Gael García Bernal
Roteiro: José Saramago (romance), Don McKellar
Duração: 120 min.
Minha nota: 9/10
Finalmente chegou o grande dia, a ansiedade para este momento estava lá nas alturas, principalmente depois de estar com os ingressos na minha mão. Comprei todos os bilhetes à tarde e fiquei com eles na mão até à meia-noite, horário da sessão escolhido por estar mais vazio. Até os trailers estavam me incomodando e, então, o semáforo que abre o livro aparece na tela.
Claro que o livro é melhor, pois faz milhares de referências a outros sentidos para que possamos realizar aquilo que o autor gostaria de passar para quem o lê e faz desta uma experiência única, mas o filme conseguiu extrair a essência do que está sendo dito e está ali, diante de nossos olhos, ilustrando todo o desespero, pessimismo e o medo.
Em uma cidade não conhecida, no meio da rua, um homem cega de repente e é ajudado por outro que cega momentos depois. Uma epidemia de cegueira branca tem início e, embora o governo tente cessar o contágio, mais e mais pessoas ficam cegas e começam a deixar que seus instintos animais falem mais alto.
Assim como no livro, os personagens não têm nome. Julianne Morre é a esposa do oftalmologista procurado pelo primeiro cego e está perfeita no papel. Sua angústia, seu medo e sua tristeza são tão claros que ela não precisaria nem falar.
O resto do elenco também está todo bem, mas quem surpreende mais uma vez é o diretor Fernando Meirelles, que além de um trabalho perfeito com os atores, soube como viajar entre a visão dos cegos e a dos que ainda enxergam e como transmitir o caótico mundo perdido de José Saramago.
Ao seu lado, o fotógrafo uruguaio César Charlone; o diretor de arte Joshu de Cartier e a cenografista Erica Milo complementam o ambiente e fazem claros, literalmente, a cegueira e seus resultados para todos os espectadores.
Seguramente, uma das experiências cinematográficas mais profundas da minha vida. Nem a absurda ansiedade foi capaz de deixar o filme menos interessante ou falho.
Obrigatório!
Um Grande Momento
A limpeza da recepcionista pelas outras mulheres
Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito)
Cannes: Palma de Ouro
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