Quando o sino do Cinema Odeon avisar que a sessão de gala de “A Suprema Felicidade”, novo longa-metragem de Arnaldo Jabor após hiato de 17 anos, está para começar, estará dada a largada para o maior evento audiovisual da América Latina, o Festival do Rio, em sua décima-primeira edição.
De hoje até o dia 07 de outubro os cinéfilos de carteirinha e de ocasião poderão conhecer parte da atual produção cinematográfica mundial em mais de 300 filmes distribuídos em 18 mostras, em todos os cantos da Cidade Maravilhosa.
Entre os filmes agendados estão obras de diretores consagrados como “Somewhere”, de Sofia Coppola, recém-vencedor do Leão de Ouro em Veneza, assim como “Você Vai Conhecer o Homem de Seus Sonhos”, do mestre Woody Allen, “Cópia Fiel”, de Abbas Kiarostami, “Memórias de Xangai”, de Jia Zhang-ke, “Lebanon”, de Samuel Maoz, Leão de Ouro em Veneza no ano passado e ainda inédito no circuito brasileiro, “A Woman, a Gun and a Noodle Shop”, de Zhang Yimou, “Um Quarto em Roma”, de Julio Medem, “Film Socialisme”, de Jean-Luc Godard, “Ondine”, de Neil Jordan, “Route Irish”, de Ken Loach, e “Carlos”, de Olivier Assayas, que promete levar os cinéfilos mais radicais com suas mais de 5 horas de duração. O polonês Jerzy Skolimowski, o israelense Amos Gitai e o francês Bruno Dumont ganham retrospectivas próprias.
Mas nem só de medalhões vive um festival, e os cinéfilos tentarão descobrir gemas entre os tantos filmes. As apostas recaem sobre “A Empregada”, novo trabalho do coreano Im Sang-Soo, “Minhas Mães e Meu Pai”, de Lisa Chodolenko, que já é tido como provável concorrente ao Oscar 2011, “Turnê”, estréia na direção do consagrado ator francês Mathieu Almaric, “Poesia”, de Lee Changdong, vencedor do prêmio de roteiro no último Festival de Cannes, e “Amores Imaginários”, do canadense prodígio Xavier Dolan, que ano passado causou furor no Festival do Rio com “Eu matei a minha Mãe”. Há ainda o vencedor da Palma de Ouro no último Festival de Cannes, o tailandês “Tio Boonme, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas”, do ainda pouco conhecido no país Apichatpong Weerasethakul.
O Festival do Rio também é uma grande vitrine do cinema nacional e muitos longas e curtas-metragens estarão competindo pelo Troféu Redentor. Na mostra competitiva da Première Brasil estão filmes como “Elvis & Madona”, de Marcelo Laffitte, “Malu de Bicicleta”, de Flavio Tambellini, e “Como Esquecer”, de Malu de Martino. São no total nove filmes de ficção e oito documentários buscando votos entre júri e público.
Em mostras nacionais paralelas serão exibidos filmes como “Broder”, o premiado filme de Jeferson De, “Luz nas Trevas”, de Helena Ignez, “Agreste”, de Paula Gaitán. O cinema brasileiro também está representado em outras mostras, como “Federal”, de Erik de Castro, na mostra Panorama, “Cortina de Fumaça”, na mostra Midnight, e “5+5+”, de Rodrigo Lamounier, na mostra Itinerários Únicos, novidade da edição deste ano. E a participação brasileira não pára por aí porque “Lope”, co-produção entre Brasil e Espanha, dirigida por Andrucha Waddington, encerrará o festival dia 07 de outubro.
O cinema argentino também será homenageado e ganha uma mostra inteira dedicada aos hermanos, além da já tradicional mostra Première Latina. Entre os filmes da mostra estão os novos trabalhos de cineastas já conhecidos no Brasil, como Pablo Trapero, Daniel Burman, Daniel Hendler, Marcelo Piñeyro e Adrián Caetano.
Durante o evento também estará aberta à visitação, na sede do Festival – o Centro Cultural da Ação e Cidadania, na Zona Portuária – , a Exposição “Roman Polanski. Ator. Diretor”, com imagens da carreira do polêmico cineasta, além de seis curtas-metragens dirigidos por ele. Voltam também os tradicionais RioMarket, com a promoção de seminários, mesas redondas e encontros para discussão e desenvolvimento de projetos nas áreas de distribuição, co-produção e tecnologia, e o Cinema Livre, promovendo sessões públicas e gratuitas em praças, comunidades e auditórios pela cidade.
Então é hora do cinéfilo programar as sessões e gerenciar o orçamento, porque o Festival do Rio deste ano vai começar!