O Festival de Cinema de Vitória vai realizar sua 32ª edição entre os próximos dias 19 e 24 de julho, e acaba de fazer seu primeiro grande anúncio. De maneira muito pertinente, o grande homenageado do festival esse ano é Ney Matogrosso. Um dos grandes personagens do ano de 2025, Ney está completando 50 anos de carreira solo e recebeu uma das maiores homenagens de sua carreira, ao ter sua vida contada em Homem com H, o grande sucesso de bilheteria dirigido por Esmir Filho em cartaz atualmente nos cinemas, já tendo levado mais de meio milhão de espectadores às salas.
Para quem nunca acessou, faz todo sentido Ney ser homenageado em um festival de cinema. Se não fosse por seu histórico pictórico que sempre embalou sua persona musical, em 1987 Ana Carolina o dirigiu em sua estreia no cinema, o clássico Sonho de Valsa. De lá para cá, foram quase 20 filmes, entre curtas e longas-metragens, e uma carreira diversificada, que incluíram participações iluminadas em grandes filmes e atuações celebradas entre diretores dos mais diversos, sempre procurando em outras áreas um olhar igualmente amplificado, como na música.
Filmes como Sol Alegria (2018) de Tavinho Teixeira, Primeiro Dia de um Ano Qualquer (2013) de Domingos Oliveira, e também uma espécie de clássico, que é o curta Depois de Tudo (2008), em que Rafael Saar o dirige junto a Nildo Parente como um casal gay cujos anos de vida não são impedimento para amar. Além disso, existe a parceria com Helena Ignez, que realizou com ele inúmeros projetos, onde os mais famosos talvez sejam Ralé (2015) e Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha (2010), em que remonta o personagem do clássico de Rogério Sganzerla.
Como parte dessa homenagem, Ney Matogrosso receberá o Troféu Vitória e o Caderno do Homenageado, publicação biográfica inédita, que trata de sua vida e trajetória profissional. O homenageado do Festival de Cinema de Vitória, que em anos anteriores ganhou o Troféu Vitória especial, já tiveram entre seus vencedores Lázaro Ramos, Elisa Lucinda, Gilberto Gil, Marcélia Cartaxo, Vera Fischer, Dercy Gonçalves, Marília Pêra, Marieta Severo, Laura Cardoso, Patrícia Pillar, Dira Paes e muitos outros.
Além da brilhante carreira na música, deixando inúmeros clássicos no cancioneiro nacional em gravações como Diário de um Louco, Bandido Corazón, Não Existe Pecado ao Sul do Equador, e a própria Homem com H, Ney ainda se destacou nos bastidores. Dirigiu a premiada montagem teatral Somos Irmãs ao lado de Cininha de Paula, espetáculo que contava a vida Linda e Dircinha Batista, vividas por Nicette Bruno e Suely Franco. O clássico Rádio Pirata, que transformou o grupo RPM em um dos maiores vendedores de disco da História, também foi dirigido por Ney, além do show Ideologia, para Cazuza, o último concerto de um dos maiores compositores do país.
O Festival de Cinema de Vitória, esse ano, contou com mais de 1.300 inscrições de produções para a sua mostra competitiva, que ocorreu entre os dias 10 de fevereiro e 14 de março. 1.197 curtas e 177 longas, divididos entre 626 ficções, 442 documentários, 112 obras experimentais e 96 animações; um número superlativo para uma edição que promete ser histórica.
No âmbito da diversidade, 444 filmes são dirigidos por pessoas com identificação feminina, 293 pessoas declaradas negras, além de 59 obras dirigidas por pessoas com deficiência (PCDs). Desse tanto, 279 são filmes com temática ligada à diversidade sexual, de alguma forma. O festival faz questão de celebrar essa pluralidade de temas na produção audiovisual contemporânea, que com certeza acabam criando uma marca na própria seleção final.
Geograficamente, Vitória pode se orgulhar de ter tido inscrições de todos os estados e regiões, sendo Sudeste o de maior concentração – 714 filmes. Desses, o destaque foi São Paulo com 350 títulos, seguido pelo Rio de Janeiro com 166. O Espírito Santo mandou um recorde de 89 filmes. Do Nordeste, vieram 292 obras. A maior quantidade veio da Bahia, com 76 títulos, além de 65 filmes de Pernambuco. O Sul teve 157 produções inscritas, e dessas 65 vieram do Rio Grande do Sul.
Do Centro-Oeste, 124 filmes foram inscritos, sendo 67 de Goiás e 43 do Distrito Federal. O Norte comparece com 41 filmes, com 17 vindos do Pará e 11 do Amazonas. Além disso, ao menos 46 das produções foram produzidas com a colaboração de países como França, Uruguai, Portugal, Cabo Verde e EUA.
A seleção oficial está prestes a sair, para essa edição regada a Ney Matogrosso, e que, repetidamente, acontecerá entre os dias 19 e 24 de julho, transformando Vitória na capital do cinema durante essa semana
Mais informações no site do 32º Festival de Cinema de Vitória
