Ao completar 20 anos de existência com reconhecimento e reverberação merecidas, o Panorama Internacional Coisa de Cinema parece querer, agora, muito mais do que já quis. Uma edição com 110 filmes, produções nacionais e internacionais, em curtas e longas, com pré-estreias e sessões de clássicos restaurados, homenagens e uma competição das mais potentes recentemente, definitivamente não estamos falando de um festival sossegado. Estamos diante de um evento maduro e já consolidado em nosso calendário cinematográfico.
Entre os próximos dias 2 e 9 de abril, o Panorama é mais um festival que vai trazer os debates mais prementes da atualidade, com a qualidade de também oferecer tais discussões no 1º Seminário para Exibidores, que espera receber mais de 30 profissionais com sede de debate. Prontos para discutir os avanços de discussão a respeito da regulamentação do VOD e da manutenção do espectador nos cinemas para o nosso produto, o Seminário é apenas um dos eventos que vai aportar dentro do evento.
Os palcos para essa festa serão o Cine Glauber Rocha e a Sala Walter da Silveira, além da volta do festival à Cachoeira, entre 2 e 6 de abril. A novidade é a chegada de uma itinerância do Panorama em São Paulo, na Cinemateca Brasileira. Esse será um ano celebratório da efeméride da data, com exibições especiais de, por exemplo, Bye Bye Brasil em cópia restaurada, além da abertura do igualmente restaurado Iracema, Uma Transa Amazônica, recém-chegado do Festival de Berlim.
O cineasta baiano Sérgio Machado ganha uma retrospectiva de sua obra no recorte documental, com filmes como A Bahia me Fez Assim, Onde a Terra Acaba e A Luta do Século. Em meio a celebração, o festival também realiza a pré-estreia de seu novo filme, o premiado 3 Obás de Xangô.
Os 110 títulos foram escolhidos de um total de (pasmem!) 1.203 longas e curtas inscritos, que contou com a curadoria de Cláudio Marques, Marília Hughes (ambos também diretores artísticos) e Adolfo Gomes nas mostras de longas, e Gênesis Nascimento, Rafael Carvalho, Rafael Saraiva, João Paulo Barreto e Juh Almeida, para as sessões de curtas.
Entre os longas, temos representantes de seis estados: Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Pernambuco e São Paulo, com títulos de prestígio como Centro Ilusão e Suçuarana. Entre os curtas, obras de cineastas já consagrados, como Marcus Curvelo, Leo Tabosa, Éri Sarmet e Carlos Segundo.
Além disso, teremos ainda oficinas de crítica com Adolfo Gomes, direção para cinema com Juh Almeida, e narrativas sonoras com Lucas Coelho. E o Panorama também trará um laboratório especial para inscritos em Roteiro e Montagem, que vão movimentar a cidade durante o período.
Pela primeira vez, o Cenas de Cinema foi convidado para a cobertura do evento, e é uma honra poder contribuir com mais uma parceria indispensável para continuar o diálogo com o que de melhor e mais representativo acontece no cinema brasileiro hoje, além da propagação dos debates acerca do caráter formativo e político que um evento desse porte hoje pode alcançar. Uma parceria que, com certeza, trará frutos ainda maiores para o Panorama Internacional Coisa de Cinema.
Veja abaixo os filmes selecionados:
Sessão de abertura
Iracema, Uma Transa Amazônica, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna
Competição nacional – longas
- Ainda Não É Amanhã, de Milena Times (PE)
- A Queda do Céu, de Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha (BR/ITA/FR)
- Centro Ilusão, de Pedro Diógenes (CE)
- Mambembe, de Fábio Meira (GO)
- O Deserto de Akin, de Bernard Lessa (ES)
- O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel (MG)
- Suçuarana, de Clarissa Campolina e Sérgio Borges (MG)
- Vasta Natureza De Minha Mãe, de Aristótelis Tothi e Inez dos Santos (GO)
Competição nacional – curtas
- Amarela, de André Hayato Saito (SP)
- Cavalo Marinho, de Leo Tabosa (PE)
- Como Nasce um Rio, de Luma Flôres (BA)
- Da Pele Prata, de Safira Moreira (BA)
- E o Seu Corpo é Belo, de Yuri Costa (RJ)
- Fenda, de Lis Paim (CE)
- Júpiter, de Carlos Segundo (MG)
- Linda do Rosário, de Vladimir Seixas (RJ)
- Maputo, de Lucas Abrahão (SP)
- Mar de Dentro, de Lia Letícia (PE)
- O Mediador, de Marcus Curvelo (BA)
- O Silêncio Elementar, de Mariana de Melo (MG)
- Queimando por Dentro, de Enock Carvalho e Matheus Farias (PE)
- Vollúpya, de Eri Sarmet e Jocimar Dias Jr. (RJ)
- Zoya, de Larissa Dardania (RJ)
Competição baiana – longas
- Catadoras, de Dayse Porto
- Jamex e o Fim do Medo, de Ramon Coutinho
- O Samba Antes do Samba, de Paulo Alcoforado
- Quem é essa Mulher?, de Mariana Jaspe
- WR Discos – Uma Invenção Musical, de Nuno Penna e Maira Cristina
Competição baiana – curtas
- A Ligação, de Marcelo Levandoski
- Ataques Psicotrônicos, de Calebe Lopes
- Através do Som, de PH Silva
- Bárbara, de Vilma Carlas Martins
- Borderô, de Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter
- Desconstruindo Lene, de Guilherme Maia
- Marcos, O Errante, de Thiago Brandão
- Menina Espoleta e os Super-heróis Secretos, de Paula Lice, Pedro Perazzo e Tais Bichara
- Meu Pai e a Praia, de Marcos Alexandre
- Na Volta eu te Encontro, de Urânia Munzanzu
- O Amor não Cabe na Sala, de Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira
- Palavra, de DF Fuiza
- Tigrezza, de Vinicius Eliziário
- Vovó foi para o Céu, de Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter
- Volta Ao Mundo, Kamará, de Eduardo Tosta e Karol Azevedo
- Ymburana, de Mamirawá
Competição internacional – longas
- Ánimu, de Miguel Kohan [Argentina]
- Agárrame Fuerte (Agarre-me forte), de Ana Guevara e Leticia Jorge [Uruguai]
- A Savana e a Montanha, de Paulo Carneiro [Portugal/Uruguai]
- Intercepted (Interceptado), de Oksana Karpovych [Canadá/França/Ucrânia]
- Les Âmes Bossales (As almas bossais), de François Perlier (França/Haiti)
- Marching in the Dark (Caminhando no escuro), de Kinshuk Surjan (Índia/Holanda/Bélgica)
Competição internacional – curtas
- Across The Waters (Através das águas), de Viv Li [França]
- Aferrado, de Esteban Azuela [México]
- A Move (Um movimento), de Elahe Esmaili [Irã/Reino Unido]
- Ce Qui Appartient À Cesar (O que pertence a César), de Violette Gitton [França]
- City Of Poets (Cidade dos Poetas), de Sara Rajaei [Holanda]
- Cross my Heart and Hope to Die (Juro de coração), de Sam Manacsa [Filipinas]
- Deus-e-Meio, de Margarida Assis [Portugal]
- Lees Waxul (Os segredos não falam), de Yoro Mbaye [Senegal/França/Bélgica]
- Loveboard (Quadro de amor), de Felipe Casanova [Bélgica/Suíça]
- Mango (Manga), de Randa Ali [Egito]
- Sea Salt (Sal Marinho), de Leila Basma [Líbano/Catar]