Ação
Direção: José Padilha
Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton, Abbie Cornish, Jackie Earle Haley, Michael K. Williams, Jennifer Ehle, Jay Baruchel, Marianne Jean-Baptiste, Samuel L. Jackson
Roteiro: Edward Neumeier, Michael Miner (roteiro 1987), Joshua Zetumer
Duração: 117 min.
Nota: 6
Considerado um dos melhores filmes de 1987, o Robocop de Paul Verhoeven finalmente ganhou um remake, que eu chamaria na verdade de reboot, pois a história foi alterada em pontos importantes.
Assisti ao Robocop original, na televisão, quando eu tinha aproximadamente 10 anos de idade e virei fã. Lembro de ficar impressionado com os efeitos especiais, principalmente do ED-209, protótipo de um robô militar apresentado logo no começo do filme. Achei que seria importante assistir novamente ao original, antes de assistir à nova versão, dirigida pelo diretor brasileiro José Padilha, convidado pela MGM depois do grande sucesso de Tropa de Elite e Tropa de Elite 2.
Claro que, comparado com os efeitos visuais dos filmes de hoje, a versão original fica até um pouco engraçada, mas é um clássico, um excelente filme: bem dirigido e com roteiro direto. É aí que está a fragilidade do novo Robocop.
O roteiro de Joshua Zetumer é muito retalhado e muda consideravelmente o rumo da narrativa. Fica claro o esforço constante em humanizar o Robocop de todas as formas possíveis, desde suas crises existenciais até a sua relação com a esposa, o filho e o parceiro de trabalho. Tudo isso faz o filme caminhar para clichês dos típicos dramalhões norte-americanos, mesmo que em boa parte da trama fique clara a ironia à sociedade americana.
Outra coisa que incomoda são as excessivas intervenções do apresentador de TV Pat Novak, interpretado por Samuel L. Jackson. A tentativa de ironizar a imprensa e dar um tom de “comédia”, mesmo sendo ousada, atrapalha a fluidez.
Muitos entusiastas e fãs criticaram o novo visual preto, mas eu gostei muito. É inspirado no original, mas tem a pegada moderna e tecnológica necessária para os tempos atuais. Acho até que erram um pouco na mão na direção de arte, mas isso não atrapalha.
As cenas de combate são o ponto alto do filme. Padilha usou muitos recursos que vimos em Tropa de Elite e fez das cenas de ação um verdadeiro deleite para os fãs do gênero.
A trilha sonora do brasileiro Pedro Bromfman surpreende. As composições próprias, com sonoridade antiga, e a releitura do tema original do filme, foram gratas surpresas. Os atores, de uma maneira geral, estão bem, mas nada de extraordinário.
O novo Robocop é um filme mediano. Apesar de já ser recordista de bilheteria no Brasil e em outros 9 países, não superou as expectativas dos fãs mais ferrenhos, mas marca a história do Brasil no cinema mundial, por ser uma grande produção hollywoodiana de ação dirigida por um brasileiro.
Vale a pena assistir.
Um Grande Momento:
Combate no escuro.
Links
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=OSCyZOQFq0U[/youtube]
Louvando-se o competente trabalho do elenco, destacando os sempre talentosos e sempre desvalorizados Gary Oldman e Abbie Cornish, vale enaltecer Robocop como um resgate daquele famoso herói da década de 1980, que nunca conseguia, no quesito fãs, se destacar tal como o Batman ou o Homem Aranha. Mas agora, voltando à tona e em grande estilo, traz consigo bagagem para emplacar novos filmes do gênero e alcançar um bom patamar, que engrandece vingadores, guardiões e outros, e que decreta o desgaste e a decadência de outros heróis, como o Super-Homem.