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Os 7 Suspeitos

(Clue, EUA, 1985)

Comédia
Direção: Jonathan Lynn
Elenco: Eileen Brennan, Tim Curry, Madeline Kahn, Christopher Lloyd, Michael McKean, Martin Mull, Lesley Ann Warren, Colleen Camp, Lee Ving, Bill Henderson, Jane Wiedlin, Jeffrey Kramer, Kellye Nakahara
Roteiro: Anthony E. Pratt (jogo de tabuleiro), John Landis, Jonathan Lynn
Duração: 94 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

A primeira sessão da Mostra Internacional de Filmes Interativos trouxe um antigo conhecido de volta à tela. Os Sete Suspeitos foi lançado em 1985 e, além de ser o primeiro filme baseado em um jogo de tabuleiro, tinha três finais possíveis. Na época dos rolos de filmes, a programação dos cinemas nos jornais informava que final (A, B ou C) estava sendo exibido e cada sala de exibição passava um desfecho.

Com o avançar da tecnologia e a chegada de novas mídias, foi possível juntar todos os finais no dvd. Após assistir ao filme, um menu interativo, simulando as cartas do jogo Detetive (ou Clue, no original), permite que o espectador escolha quem vai ser o assassino de seu filme. A experiência doméstica foi transferida para a telona no festival e, na hora da revelação, cada um pegou o seu controle remoto e votou na opção desejada, prevalecendo a escolha da maioria.

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Seis pessoas desconhecidas são convidadas para um jantar em uma mansão afastada da cidade. A única coisa que têm em comum é o fato de já terem sido chantageadas pela mesma pessoa, o Sr. Boddy, que mais tarde também chega à mansão e aparece morto. Além dele, outras pessoas são assassinadas, mas ninguém sabe quem é o assassino.

Em aposentos parecidos com o do jogo, Os 7 Suspeitos aposta no humor cheio de gags para conquistar o público. Em tempos de paródias, escatologia, apelações e Rob Schneider, fica fácil se render a piadas mais visuais e, de certa maneira, ingênuas.

Claro que o roteiro, que não é excelente mas está longe de ser ruim, flui bem por causa do inspirado elenco. Eileen Brennan rouba a cena com a sua esquisita Mrs. Peacock e está muito bem acompanhada por Martin Mull e seu rude Coronel Mostarda; Cristopher Lloyd e seu travado Professor Black; Madeline Kahn e sua abalada Sra. Branca; e Michael McKean e seu desastrado Sr. Green. Tim Curry também está bem como o mordomo hiperativo que conduz a história.

O filme mistura elementos de romances policiais, como os escritos por Agatha Cristhie, Dashiell Hammett e Georges Simenon, a de filmes de suspense dos anos 40/50 e tem exatamente a mesma estrutura de Assassinato por Morte, outro título de assassinato em mansão com múltiplos suspeitos, lançado em 1976. A semelhança entre os dois filmes é tanta que chega, às vezes, a incomodar. Sem falar que ser comparado com um título que tenha James Coco, Peter Falk, Alec Guinness, David Niven, Peter Sellers, Maggie Smith e Elsa Lanchester em seu elenco nunca vai ser bom para ninguém.

Mas é um filme que cumpre bem o seu papel e diverte. Saber que você ajudou a escolher o final deixa tudo bem mais interessante e é um excelente exemplo de que filmes interativos têm tudo para fazer sucesso. O problema é aguentar a curiosidade e sair da sala sem saber como seriam os outros finais.

Um Grande Momento

Eu não estou gritando!

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=7Bsidte2im4[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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