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Albert Nobbs

(Albert Nobbs, IRL/GBR, 2011)

Drama
Direção: Rodrigo García
Elenco: Glenn Close, Antonia Campbell-Hughes, Mia Wasikowska, Pauline Collins, Maria Doyle Kennedy, Mark Williams, James Greene, Brendan Gleeson, Jonathan Rhys Meyers, Janet McTeer, Mark Doherty,
Roteiro: István Szabó (estória), Glenn Close, John Banville, George Moore, Gabriella Prekop
Duração: 113 min.
Nota: 5 ★★★★★☆☆☆☆☆

Independente de qualidades e defeitos, Albert Nobbs é um filme extremamente triste. Conta a história de uma mulher que, para conseguir trabalho e juntar alguma economia, se veste de homem por praticamente toda a sua vida. Ela não é feliz, não sabe o que é amar e chegou a essa decisão depois de um acontecimento traumático.

Enquanto vive sua vida tentando ficar invisível para não ser descoberto(a), Nobbs conhece um pintor, Sr. Baker, que vive uma situação parecida mas tem sua casa e vive bem com sua esposa. A possibilidade da felicidade, algo tão improvável na vida daquele mordomo, se torna um modelo de vida, uma obsessão. Independente de gênero ou orientação sexual, aquilo o faz acreditar que pode, depois de tantos anos, levar uma vida normal.

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O tom triste é levado sem refrescos durante os 113 minutos de projeção. Nem mesmo os encontros “amorosos” ou as visitas ao novo amigo suavizam o aperto no coração, que aumenta, significativamente, nos últimos momentos do filme.

Apesar da história tocante, o filme não consegue superar a superficialidade e, sem o aprofundamento necessário, as muitas camadas da trama acabam se perdendo e deixando lugar para aquela sensação de uma história boa que é muito mal contada.

E tinha tudo para ser diferente. Albert Nobbs tem qualidades técnicas inegáveis. O resultado visual, numa conjução de direção de arte, figurino e maquiagem, é eficiente e, assim como a maioria de seus colegas de cena, Glenn Close está mesmo muito bem no papel que dá título ao filme.

Close, aliás, apaixonada pela história, está comprometida com quase tudo no filme. É produtora, roteirista e participa até da composição da melosa e cansativa canção tema “Lay Your Head Down”, feita exclusivamente para o filme.

Pena que a falta de confiança do diretor Rodrigo García no recorte escolhido faz a frustração, que deveria ser causada pelo final do filme, contaminar tudo e diminuir significativamente a obra em si.

Um Grande Momento

Calculando as despesas da corte.

Links

IMDb Site Oficial [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=P-BF1YE9BEM[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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