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Ervas Daninhas

(Les herbes folles, FRA/ITA, 2009)

As ervas daninhas são plantas que não parecem nem um pouco preocupadas com sua organização. São tão espontâneas que nascem onde querem, quando querem e não se incomodam de rachar calçadas e asfaltos.

Inspirado neste crescimento desordenado e ocasional, o furto de uma bolsa é o começo de uma história cheia de situações improváveis, reviravoltas e personagens que agem sem muita coerência.

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O filme de Alain Resnais é uma adaptação (também dos roteirista Alex Reval e Laurent Herbiet) do romance L’Incident, de Christian Gailly e tem muito de sua força nos dois personagens principais: a dentista Marguerite Muir e o aposentado George Palet.

Ela tem a bolsa roubada na saída de uma loja de sapatos e ele encontra a carteira dispensada com os documentos no estacionamento. É assim que suas entediantes vidas se cruzam e ambos reencontram a vontade de experimentar, ousar.

Embora a fotografia do filme tenha tido graves problemas com a projeção digital no Brasil, como enquadramentos destruídos, o uso das cores e de luzes e sombras é genial. Tudo é tão vivo como o verde que aparece de repente no cinza claro das calçadas e remete à esta viagem adolescente, mesmo que tardia, de Marguerite e George.

O casal é vivido por André Dussollier e Sabine Azéma e a intimidade com o diretor é perceptível. Os dois foram dirigidos pela primeira vez por Resnais em 1983, no filme A Vida É um Romance, e também estão na última obra do diretor, Medos Privados em Lugares Públicos, que ficou mais de um ano em cartaz na cidade de São Paulo.

Mathieu Amalric, Anne Consigny, Michel Vuillermoz e Emmanuelle Devos completam o elenco.

Interessante, o filme não agrada todos os públicos. A falta de coerência e a construção aleatória dos acontecimentos incomoda alguns, mas é o ponto forte do longa para outros. As repetições e o ritmo do filme também não são unanimidades.

Mas ninguém pode negar que Ervas Daninhas é um retrato inesperado e divertido do acaso e da imprevisibilidade das pessoas e da vida.

Um Grande Momento

A saída do cinema.

Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito)

Cannes
: Palma de Ouro, Prêmio Especial do Júri

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Comédia
Direção: Alain Resnais
Elenco: André Dussollier, Sabine Azéma, Emmanuelle Devos, Mathieu Amalric, Anne Consigny, Michel Vuillermoz, Edouard Baer, Jean-Noël Brouté, Vladimir Consigny, Nicolas Duvauchelle, Dominique Rozan, Sara Forestier
Roteiro: Chris Gailly (romance), Laurent Herbiet, Alex Reval
Duração: 104 min.
Minha nota: 7/10

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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