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Clube dos Cinco

(The Breakfast Club, EUA, 1985)

Drama
Direção: John Hughes
Elenco: Emilio Estevez, Paul Gleason, Anthony Michael Hall, John Kapelos, Judd Nelson, Molly Ringwald, Ally Sheedy
Roteiro: John Hughes
Duração: 97 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Os anos 80 foram marcados por uma supervisibilidade dos adolescentes no cinema. Com uma nova postura social de reconhecimento dos jovens, filmes sobre a realidade juvenil passaram a ser consumidos como água. Assim nascia o mito John Hughes (Curtindo a Vida Adoidado), que não só trouxeo ambiente escolar americano às telonas como criou os modelos de personagens juvenis seguidos até hoje.

Diferente do que se acreditava até então, Hugdes ousou ao criar um filme que reunia todos os populares ícones estudantis em um ambiente estranho, sem as correrias escolares, festas de formatura, trocas de sala e nem mesmo passeio pelas ruas de Nova York. O grupo de Clube dos Cinco praticamente só tinham um espaço: a sala de detenção. Era vigiado de perto por um professor frustrado e não podia fazer nada muito além de conversar, conversar e conversar.

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Embora o espaço e o número de pessoas fossem restritos, todos os grupos estavam devidadmente representados: a princesinha filha de papai, o esportista, o nerd, a garota estranha e o garoto problema desajustado socialmente. Passado o estranhamento inicial e respeitadas as diferenças entre cada um deles, os cinco começaram a conversar, expor suas vidas e descobrir pontos em comum.

Mais do que a química entre os atores e as boas atuações, é no roteiro que está a grande força de Clube dos Cinco. Transportar para uma sala sem muitas novidades e opções, explorar as características adolescente e resumir adequadamente tudo o que havia sido feito e continuou sendo feito desde sempre em filmes escolares desperta o interesse até dos mais implicantes. Mesmo que não seja inédito e vez por outra seja previsível, a história contada fisga quem vê o filme de uma maneira irreversível.

Difícil não se identificar com pelo menos um dos muitos pontos citados durante as longas conversas. Expectativas paternas, insegurança com o próprio corpo, carência, curiosidade pelo outro sexo e medos, os muitos medos próprios de alguém que está começando uma vida totalmente diferente e muito mais cheia de hormônios da levada até então.

A trilha sonora, repleta de canções características da época, como o clássico do Simple Minds, Don’t You (Forget About Me), aparece como uma grande aliada e pontua o passeio do espectador por entre as histórias individuais e a amizade que acaba se formando entre os cinco personagens.

O elenco é cheio de promissoras estrelas da época, como a dulpa de Gatinhas e Gatões: Anthony Michael Hall e Molly Ringwald, que mais tarde protagonizariam filmes como Mulher Nota Mil e A Garota de Rosa-Shocking; Emílio Estevez, elogiadíssimo por suas participações em Vidas Sem Rumo e Repo Man – A Onda Punk, e a dupla Judd Nelson e Ally Sheedy, que estaria junta no mesmo ano no sucesso O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas e tinha chamado atenção em filmes como Fandango e Jogos de Guerra, respectivamente.

Adorado por aquele que passaram pela adolescência durante os anos 80, o filme ainda agrada aos que viveram ou vivem esta fase nas décadas seguintes por sua capacidade de compreender as oscilações, curiosidades e inseguranças típicas e de se comunicar com esse público que já foi mais negligenciado, mas é o grosso do público pagante atualmente.

Um Grande Momento

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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