(The Place Beyond the Pines, EUA, 2012)
Direção: Derek Cianfrance
Elenco: Ryan Gosling, Eva Mendes, Craig Van Hook, Mahershala Ali, Olga Merediz, Ben Mendelsohn, Bradley Cooper, Gabe Fazio, Rose Byrne, Bruce Greenwood, Ray Liotta, Emory Cohen, Dane DeHaan
Roteiro: Derek Cianfrance, Ben Coccio, Darius Marder
Duração: 140 min.
Nota: 6
Depois da boa surpresa com Namorados para Sempre, muitos olhos se voltaram para o documentarista de televisão Derek Cianfrance. A nova parceria com o ator Ryan Gosling era esperada com muita ansiedade pelos fãs da dupla. O Lugar Onde Tudo Termina chega lá, mas esta longe de ser tudo isso.
O filme conta a história de um motoqueiro de globo da morte que ao retornar a uma cidade encontra uma antiga paixão e descobre que deixou muita coisa para trás. Para permanecer na cidade ele acaba fazendo coisas que forçam o seu caminho a se cruzar com o de um policial novato.
A boa história e a divisão em núcleos narrativos muito bem determinados, com protagonismos independentes, chamam a atenção e despertam a curiosidade, mas não conseguem superar a incômoda e imperante sensação de déjà-vu.
O problema já começa na definição de um de seus personagens principais. Já vimos Ryan Gosling fazendo algo muito parecido com isso. E não faz muito tempo. Luke se parece demais com o motorista de Drive – um filme que, se o cinema permitisse comparações, seria infinitamente superior – e isso atrapalha e faz com que outras associações saltem aos olhos. A identificação entre policial e bandido, a polícia corrupta, a relação interrompida, o desejo de vingança, entre outros, transformam o longa em uma espécie de colcha de retalhos de recortes vistos e revistos infinitas vezes.
A falta de um equilíbrio entre as subtramas também não ajuda muito. A sensação é a de que a dedicação do trio de roteiristas (o próprio diretor, Ben Coccio e Darius Marder) para a primeira parte do filme foi muito maior do que a do resto. Desapegados de qualquer sutileza para alternar entre as três histórias, ainda entregam um desfecho muito menos desenvolvido e, por isso, mais fraco.
Além disso, o filme nunca deixa de lado a sua própria indecisão. Aposta em figuras heterogêneas, que se aproximam demais da vida real, mas insiste em viradas espetaculares demais para manter qualquer tentativa de veracidade; tenta passar uma impressão de naturalidade, mas não resiste a pequenos toques morais.
Ainda assim, há pequenos deleites que fazem o filme valer a pena. Cianfrance sabe impressionar visualmente e usar suas imagens para contar histórias. Com a direção de fotografia de Sean Bobbitt (de Shame e Hunger), o diretor se aproveita dos longos planos, como o de abertura, e de câmeras frenéticas para os momentos mais tensos.
Cianfrante também sabe como extrair de seus atores a personalidade frustrada e inconformada que o filme exige, com destaque para os três protagonistas Gosling, Bradley Cooper e Dane DeHaan.
Mesmo com muitos defeitos, O Lugar Onde Tudo Termina consegue ser um bom retrato, ainda que triste e cruel, do conceito que existe de família e tudo o que vem dele.
Um Grande Momento:
Acompanhando Luke para a apresentação no globo da morte.
Links
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