(Jane Eyre, GBR/EUA, 2011)
Direção: Cary Fukunaga
Elenco: Mia Wasikowska, Michael Fassbender, Jamie Bell, Holliday Grainger, Tamzin Merchant, Amelia Clarkson, Craig Roberts, Sally Hawkins, Lizzie Hopley, Judi Dench
Roteiro: Charlotte Brontë (romance), Moira Buffini
Duração: 120 min.
Nota: 7
Assistir a esta versão de Jane Eyre é como entrar em uma galeria de arte repleta de quadros dos mais importantes pintores mundiais. Imagens que nos lembram a pintura barroca, realista e impressionista vão surgindo como pequenos presentes e transformam o filme em uma espécia de resgate visual difícil de resistir.
O visual é perfeito para contar a conhecida história escrita em 1847 por Chalotte Brontë, sobre a jovem órfã que passou a vida maltratada e sofre por amar um homem que não pode. E é justamente este o diferencial desta quarta adaptação para o cinema – houveram outras adaptações: dois telefilmes, um seriado e três minisséries. Parece que a sensação de aconchego, por reconhecermos um um local que já nos é familiar, torna a história mais fácil de ser assistida e não deixa com que ela se ressinta do tempo.
Apesar de parecer um pouco menos sombrio, todo o drama da obra literária está presente e parece ganhar força com a alternância e adequação dos estilos visuais que vemos na tela. Graças ao cuidado com a iluminação, o uso das cores e os enquadramento, num competente trabalho do diretor de fotografia brasileiro Adriano Goldman (O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias).
O filme ainda conta com ótimas atuações de Mia Wasikowska (Alice no País das Maravilhas), que tem uma carinha meiga marcante, mas consegue incorporar papéis diferentes sem muito esforço; de Michael Fassbender (Hunger), que tem em costas o peso de dar vida a um personagem brilhantemente interpretado por Orson Welles (Cidadão Kane) em 1943, mas da conta do recado, e de Judi Dench (Notas Sobre um Escândalo), que preenche todas as cenas de que participa.
No mais, o que se vê na tela são os cuidados tradicionais de filmes de época, principalmente aqueles baseados em literatura gótica. Um primoroso desenho de produção, com a direção de arte, a cenografia e o figurino muito dentro do calculado para impressionar, e a bela música de Dario Marianelli (V de Vingança). Sem falar nas belíssimas locações em Derbyshire, na Inglaterra.
Mas não deixa de ser um romance bem puxado no drama, do tipo que não agrada a todo mundo, principalmente àqueles que tem preguiça de entrar em uma história que dificilmente aconteceria hoje em dia. Ainda assim, é uma experiência visual obrigatória.
Infelizmente, toda a beleza do filme não poderá ser conferida nos cinemas brasileiros, uma vez que o filme sai direto em dvd.
Um Grande Momento:
O pedido.
Links
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