(Insidious: Chapter 2, EUA, 2013)
Direção: James Wan
Elenco: Patrick Wilson, Rose Byrne, Ty Simpkins, Lin Shaye, Barbara Hershey, Steve Coulter, Leigh Whannell, Angus Sampson , Andrew Astor, Hank Harris, Jocelin Donahue, Lindsay Seim, Danielle Bisutti, Tyler Griffin, Garrett Ryan, Tom Fitzpatrick
Roteiro: Leigh Whannell, James Wan
Duração: 106 min.
Nota: 6
Pode-se dizer que James Wan é um diretor que sabe trabalhar o medo. Mais preocupado com a angústia e o suspense, do que com efeitos especiais caros e elaborados, seu nome vem se destacando na produção de terror americana da atualidade. Os títulos Sobrenatural e, principalmente, Invocação do Mal comprovam que vale a pena parar para ver o que o direitor malaio leva às telonas.
Não que seus filmes sejam inovadores, cheios de novidades jamais vistas no gênero. Wan acerta justamente por, com muita simplicidade, usar tudo aquilo que fez o terror funcionar por tanto tempo. Nada de matanças desenfreadas ou visuais elaborados que gerem medos vazios. O diretor vai no que há de básico: claro e escuro, silêncios e elementos que povoam o inconsciente coletivo, assim conta suas histórias cuidadosamente elaboradas.
Em Sobrenatural: Capítulo 2, a família Lambert tenta se recuperar do susto pelo qual passou no primeiro filme da franquia, quando um de seus filhos vai parar no “Além”, local onde ficam as almas, e o pai, também sensitivo, resolve ir buscá-lo. A família está agora na casa da mãe de Josh, mas eventos estranhos continuam acontecendo, como se alguma coisa do mundo dos mortos tivesse voltado junto com eles.
O filme segue as mesmas características de outros do gênero que alcançaram algum sucesso: pouco dinheiro, muita criatividade e suspense. Há momentos realmente inspirados, bons sustos e a história é, sem dúvida, envolvente. Com direito a surpresas bem interessantes e bem trabalhadas no roteiro.
Interações visuais curiosas, que mesclam vários estilos de câmera, planos longos e muitos efeitos sonoros também estão a favor do filme. Mas alguma coisa está fora do tempo na continuação. A irregularidade nas interpretações, que deveria ser irrelevante diante do clima gerado, aparece mais do que deveria; se alguns sustos são exagerados, outros não funcionam; e a dupla escolhida para ser o alívio cômico também fica devendo.
Muitos dos problemas só existem porque o filme é uma sequência e tem vários tropeços comuns de filmes em franquia: primeiro porque a experiência só será completa para aqueles que tiverem assistido ao primeiro filme; segundo porque estes já conhecem tão bem a dinâmica daquela história, que ela não consegue surpreender. Tudo está amarradinho entre as duas partes, mas falta a surpresa, algo que realmente motive o espectador a assistir ao filme.
Wan usa e abusa de elementos batidos para chegar onde quer. E consegue. Mas é preciso muito mais do que isso para manter o interesse em um filme que começou a ser assistido anos atrás. A surpresa da reciclagem do antigo já foi conhecida por aquele público, já fez bem àquela história. O que vem depois disso?
No fim das contas, não é exatamente o filme que tem problemas, mas a mania de fazer cinema seriado. O dinheiro ganho pode ser muito, mas esse desequilíbrio entre os episódios é cansativo e frustrante. Vale lembrar que um dos produtores do filme é Oren Peli, diretor de Atividade Paranormal. Outro que começou promissor, mas se enterrou dentro do primeiro trabalho bem sucedido na tentativa de esgotá-lo, ao invés de reinventá-lo.
Ainda assim, não há como negar a capacidade de James Wan em reciclar velhas fórmulas e criar um terror eficiente, nem deixar de perceber as qualidades que existem em Sobrenatural: Capítulo 2. Só que poderia ter sido uma experiência muito melhor.
Um Grande Momento:
“Eu ajudo você.”
Links
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