Crítica | FestivalMostra SP

Fantasia

(Fantasia, CHN, 2014)

Gênero
Direção: Chao Wang
Elenco: Jian RenZi, Hu RuiJie, Su Su
Roteiro: Chao Wang
Duração: 85 min.
Nota: 5 ★★★★★☆☆☆☆☆

Ah, a lentidão de certas histórias. Às vezes, principalmente durante as longas maratonas dos festivais, é difícil encarar filmes como Fantasia, por mais que o que se vê tenha tanta poesia e apelo emocional.

O filme conta a trágica história de uma família que tenta lidar com as contas do tratamento do pai dignosticado com leucemia. Enquanto a mulher trabalha duro para conseguir algum dinheiro, sua filha arruma um bico na noite e seu filho vaga pela cidade sem rumo e dá trabalho na escola. Outros personagens satélites se destacam na trama, como o professor preocupado que se aproxima da mãe ou o pescador e sua filha com quem o adolescente se relaciona.

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Com um visual bem calculado e, muitas vezes, bonito, o filme vai percorrendo o dia-a-dia da família. As tentativas frustrada da mulher conseguir algum empréstimo com parentes e amigos, que não querem ajudar com o tratamento de um paciente terminal, as experiências sexuais da primogênita ou a tentativa de preencher o dia do caçula.

Mesmo com muito desespero, é a pouca empolgação que dá ritmo ao filme. Alguns momentos são interessantes, mas contam mais com a interpretação do elenco do que com a qualidade do roteiro, básico e forçosamente apelativo.

Outras tentativas cênicas não se sustentam, como a interpretação de O Sole Mio pelo misterioso pescador, ou a revelação da nova amiga do adolescente. Apesar de impactante, chega tão tardiamente que não consegue causar muita coisa no espectador.

Talvez visto fora de um festival, numa sessão descansada, tenha um outro efeito. Mas como é, não funciona. E como, em meros 85 minutos, chateia. Parece muito mais tempo.

Um Grande Momento:
O encontro de mãe e filha no início da manhã.

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=C7xusWRT_Dc[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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