Crítica | Streaming e VoDFestival do Rio

Homens, Mulheres e Filhos

(Men, Women & Children, EUA, 2014)

Drama
Direção: Jason Reitman
Elenco: Adam Sandler, Jennifer Garner, Rosemarie DeWitt, Judy Greer, Dean Norris, Emma Thompson, Timothée Chalamet, Olivia Crocicchia, Kaitlyn Dever, Ansel Elgort, Katherine C. Hughes, Elena Kampouris, Will Peltz, Travis Tope, David Denman, Dennis Haysbert, J.K. Simmons
Roteiro: Chad Kultgen (romance), Jason Reitman, Erin Cressida Wilson
Duração: 119 min.
Nota: 7 ★★★★★★★☆☆☆

Em tempos contraditórios de hiperconectividade e individualismo exacerbado, uma nova sociedade foi tomando forma. Os métodos, posturas e experiências passaram a ser outros até então desconhecidos. A juventude dos dias de hoje está ainda mais afastada da geração que a antecede. Como lidar com isso? O novo longa de Jason Reitman, Homens, Mulheres e Filhos é sobre essa nova realidade e sobre a já conhecida, mas agora mais difícil, realidade dos pais que tem que lidar com a virtualidade da vida dos filhos.

Em uma escola, a vida de alguns alunos e seus pais são acompanhados pelo espectador. O multiplot – quando várias linhas de ação independentes e igualmente importantes fazem parte da mesma história – é a maneira ideal para retratar uma sociedade que, mesmo que pareça não interagir entre si está sempre conectada.

Apoie o Cenas

Patrícia, mãe de Brandy, cria uma nova espécie de cárcere privado tecnológico. Embora sua filha possa ir e vir, tem todos os passos virtuais da menina, que não tem qualquer direito à privacidade, controlados. Ela tem suas senhas, recebe todas as mensagens e controla tudo que a filha digita em qualquer aparelho eletrônico.

Kent tenta levar a vida depois que a esposa o abandonou para ficar com outro cara. Além da dor do abandono tem que lidar com Tim, o filho depressivo, igualmente machucado pela partida da mãe. A saída do time de futebol e as longas horas perdidas em um jogo on-line não fazem sentido para o pai.

Donna é uma mulher frustrada, queria ser atriz mas não conseguiu chegar em lugar nenhum. Ela deposita na filha, Hannah, toda a sua ansiedade e frustração. Sem medir limites ou consequências, quer que ela chegue onde nunca conseguiu e acha que um site de fotografias pode ser a chave para o sucesso.

Don e Helen são os pais de Chris e Jake. Vivendo um casamento desgastado, inspiram-se no filho mais velho e buscam na internet meios para preencher o vazio afetivo de suas vidas.

Interligadas pelo ambiente escolar e sob a narração de Emma Thompson, as histórias do longa-metragem vão se tornando uma só. As identificações, embora não sejam absolutas, estão espalhadas pelo filme, como se todos os problemas explicitados se complementassem. As ligações suaves transformam o corpo da trama em algo factível e de fácil digestão, mesmo que estejam presentes alguns exageros e algumas apelações emocionais.

Muito da qualidade vem do excelente trabalho dos atores. Tanto o elenco juvenil, como o adulto funciona muito bem e atores nem sempre admirados conseguem demonstrar uma capacidade interpretativa poucas vezes percebida, como Adam Sandler e Jennifer Garner.

Um filme no mínimo curioso por tratar um tema atual e tão presente na vida de todos de forma natural. Vale a pena ver.

Um Grande Momento:
No bar.

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=IdQ7o0vbm1E[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
Botão Voltar ao topo