(Dracula Untold, EUA, 2014)
Direção: Gary Shore
Elenco: Luke Evans, Sarah Gadon, Dominic Cooper, Art Parkinson, Charles Dance, Diarmaid Murtagh, Paul Kaye, William Houston, Noah Huntley
Roteiro: Bram Stoker (personagens), Matt Sazama, Burk Sharpless
Duração: 92 min.
Nota: 6
Neste ano, Malévola abriu os caminhos do aprofundamento e subversão de personagens mais do que consolidados. Embora vários nomes possam ser cogitados e listados, pensando-se em personagens secundários ou principais, e em histórias clássicas ou não, é difícil imaginar uma nova história para o mais conhecido vampiro da ficção.
Como recontar a história de Drácula depois de tantos clássicos e, principalmente, da preciosa versão de Francis Ford Coppola? Porque não é só pegar um personagem de um livro e atualizá-lo ou colocá-lo em um lugar diferente. É mudar a história. Pois isso acontece em Drácula: A História Nunca Contada. E agrada.
Aqui, a motivação do conde Vlad recebe um outro tratamento, muito mais detalhado, e vai muito além de uma raiva religiosa causada por uma frustração amorosa. A humanização de Vlad, explorando e explicitando seu treinamento quando criança, sua vida como empalador, pai de família e rei, conseguem justificar a nova história contada.
Apesar da boa premissa e de vários acertos no roteiro, há uma certa inconsistência e gratuidade, mas nada que transcenda o que se vê habitualmente nos filmes de ação.
Alguns podem ver este novo Drácula como um filme de personagem falho, outros enxergam um filme de ação envolvente e mais preocupado do que o habitual. Enquanto os primeiros se chateiam, os segundos se divertem. Ou seja, o melhor é se deixar levar e fazer parte do segundo grupo.
O longa-metragem conta com atuações regulares e se beneficia muito com a presença de Luke Evans, que vem fortalecendo seu nome no gênero testoterona, mas parece ter uma queda pelos filmes fantásticos, como O Hobbit, Imortais e Os Três Mosqueteiros de Paul W. S. Anderson.
Além disso, pode-se ver na tela o bom trabalho de arte com desenho de produção de François Augouy (A Fantástica Fábrica de Chocolate), cenografia de Paki Smith (Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge) e figurino de Ngila Dickson (O Senhor dos Anéis). Sem falar nas belíssimas paisagens da Irlanda do Norte, bem exploradas na fotografia de John Schwartzman (Seabiscuit – Alma de Herói).
Os efeitos visuais também não ficam atrás e cenas de luta bem coreografadas deixam o programa ainda mais divertido.
No final das contas, o filme acaba surpreendendo. Principalmente por pegar uma história que todo mundo conhece e a transformar em algo que pode até soar familiar, mas é completamente diferente.
Mas a referência, ou melhor, as referências involuntárias a uma franquia de horror soam desnecessárias.
Um Grande Momento:
Cumprindo o acordo.
Links
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