(Centro Histórico, POR, 2012)
Direção: Pedro Costa, Manoel de Oliveira, Víctor Erice, Aki Kaurismäki
Elenco: Ricardo Trêpa, Marco Carreira, Ilkka Koivula, Kristine Strautane, Kristina Zurauskaite
Roteiro: Pedro Costa, Manoel de Oliveira, Víctor Erice, Aki Kaurismäki
Duração: 80 min.
Nota: 7
A cidade de Guimarães, em Portugal, foi escolhida como a capital cultural da União Europeia. Em homenagem à cidade, um projeto foi criado: quatro diretores europeus deveriam contar histórias sobre o local. Eles eram livres para escolher suas tramas e métodos, desde que seus filmes se passassem em Guimarães. O finlandês Aki Kaurismäki, o basco Victor Erice e os portugueses Manoel de Oliveira e Pedro Costa aceitaram o desafio e, cada um, a seu modo, construiu uma parte de Centro Histórico.
Dirigido por Kaurismäki, “Guimarães” é o mais genérico dos quatro episódios. Ele mostra a cidade pelo olhar do doo de um pequeno restaurante, que também é chef e garçom do estabelecimento. A solidão do lugar, que serve uma sopa sem graça de couve, e do homem são a graça da história, mas não servem para chegar muito longe ou tornar o que se vê em algo inesquecível.
“Lamento da Vida Jovem”, de Pedro Costa, é o menos realista dos episódios. Nele Ventura, um senhor idoso, personagem de longas anteriores do diretor, encontra-se com um soldado como aqueles de brinquedo, mas com o tamanho de um homem, dentro do elevador do hospital onde está internado. O diálogo entre o homem e sua memória/consciência acontece naturalmente, apesar de delirante. Porém, talvez careça de um conhecimento melhor da realidade portuguesa para funcionar.
O terceiro episódio, “Vidros Partidos”, é o ponto alto do coletivo. Em uma antiga fábrica, hoje fechada e abandonada, ex-funcionários falam sobre suas experiências ali dentro. Víctor Erice consegue criar uma ligação impressionante entre os fatos passados e as impressões sobre um retrato, de um momento ainda mais distante. A noção variável do que é admissível e intolerável é chocante.
Depois de toda emoção despertada, Manoel de Oliveira traz o seu “O Conquistador Conquistado” como uma espécie de desfecho relaxante. Nele, Ricardo Trêpa, seu ator habitual, leva um grupo de turistas a um passeio pela história de Guimarães. Praças e acontecimentos são narrados por ele através de um megafone e provoca risadas.
A diversão encerra perfeitamente essa espécie de antologia sobre uma cidade histórica portuguesa. Apesar da irregularidade, vale a pena conferir.
Um Grande Momento:
A felicidade
Links
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