Drama
Direção: Ira Sachs
Elenco: Isabelle Huppert, Marisa Tomei, Jérémie Renier, Pascal Greggory, Brendan Gleeson, Vinette Robinson, Ariyon Bakare, Carloto Cotta, Sennia Nanua, Greg Kinnear
Roteiro: Ira Sachs, Mauricio Zacharias
Duração: 100 min.
Nota: 5
Nas belas paisagens de Sintra, em Portugal, uma grande estrela da televisão e do cinema reúne as pessoas mais importantes de sua vida para se despedir. Ela é a Frankie do título, tem câncer terminal e decide juntar para esse adeus o marido atual, o ex-marido, o filho, a filha e seu marido, a neta e mais uma grande amiga, que leva também seu namorado.
É sob o peso dessa morte iminente, a ausência definitiva, que Frankie se desenvolve. Mesmo que este não seja o assunto central em cada conversa que se desenrola, ele se faz presente. E isso é o que Ira Sachs traz de efetivo em seu longa. Assinando a direção e o roteiro, este ao lado de Mauricio Zacharias, ele torna real essa sensação de pré-luto, não só para os que ficam, mas para aquele que sabe que vai morrer.
Porém, se há uma boa aproximação do sentimento, ela não chega de maneira muito fácil. A construção daquele universo, que se desenrola em um único dia, não consegue, nem de perto, ser tão interessante quanto aquilo que o cineasta quer dizer. Há belíssimas imagens de Rui Poças, como sempre, e há grandes momentos, como a atuação de Brendan Gleeson como o marido inconformado ou a cena na cama, mas está sempre faltando alguma coisa.
As muitas conversas entre os personagens, pensadas de maneira interessante pelo diretor: deixando que dois ou três indivíduos interajam livremente até esgotar um assunto qualquer, não são envolventes e não trazem ao espectador elementos extras que o conectem à trama além daquilo que ele já tinha. O que se fala nem sempre interessa. É como se Sachs mirasse em algo entre Rohmer e Allen e não acertasse em lugar algum.
E olha que não foi por falta de qualidade no elenco, que reuniu Isabelle Huppert, sempre dona de suas cenas; Gleeson; Jérémie Renier; Carloto Cotta e mais um monte de gente. Todos muito empenhados em defender seus papéis e discutir aquelas relações criadas, mas tão superficiais em si e entre si que simplesmente não funcionam.
Ainda assim, tem um final bem poético, quando constrói visualmente aquilo que a viagem representa para aquela mulher. Frankie, no fim das contas, é um filme que vale por sua beleza. E isso nem sempre é uma boa coisa.
Um Grande Momento:
A cena final.
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