- Gênero: Drama
- Direção: Massimiliano Camaiti
- Roteiro: Claudia Bottino, Massimiliano Camaiti
- Elenco: Elvira Camarrone, Roberto Christian, Donatella Finocchiaro, Corrado Invernizzi, Vincenzo Amato, Manuela Ventura, Rosalba Battaglia, Sofia Migliara, Daniele Pilli
- Duração: 99 minutos
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O drama juvenil Na Mesma Onda, um dos lançamentos da semana da Netflix, tem a mesma estrutura e os mesmos conflitos de tantos outros títulos já vistos antes, mas não deixa de encontrar o seu lugarzinho de filme funcional para os dias de pandemia, onde a mais segura opção é ficar em casa esperando a vacina chegar. Típico título de sessão da tarde, o longa conta a história de Sara, uma adolescente apaixonada por iatismo que sofre de uma doença degenerativa.
Ao mesmo tempo em que vê sua vida esportiva se tornando impossível, a jovem conhece Lorenzo e começa a descobrir o amor. Com o drama estabelecido, a estreia de Massimiliano Camaiti vai se equilibrando entre esses dois conflitos, claramente conseguindo se estabelecer melhor no romance. Enquanto a história do casal apaixonado faça algum sentido, ela não consegue se conectar bem ao resto da trama que também não está nem arrematada em si mesma.
É como se vários eventos aleatórios fossem colocados juntos, sem muita preocupação nas conexões. “Vocês tinham mesmo que fazer isso?”, “Sua mãe já trouxe as roupas de academia”, “Sua mãe é a melhor”, “O que você tomou?”, “Vamos comprar um veleiro”. Eventos importantes, que se sucedem com uma casualidade impressionante. Algo que acaba deixando o roteiro bem aquém de filmes-irmãos como Um Amor para Recordar e A Culpa É das Estrelas.
Na Mesma Onda, porém, tem lá a sua graça. Um começo atrativo, principalmente para o público mais jovem, quando apresenta a turma do acampamento no luau e direciona para uma trama de fácil identificação. As paisagens da Sicília também contam a favor do filme, assim como a graça de Elvira Camarrone e Roberto Christian como o casal de protagonistas. É como se tudo fizesse com que o caminho fosse confortável e o filme seguisse bem até o seu desfecho.
Há uma falsa percepção de que filmes sobre o vislumbre da finitude na juventude vêm prontos em si mesmos e não precisam de elaboração. É algo comum no cinema com temáticas de fácil apelo como essa. Pois aqui fica muito claro que até mesmo o que parece pronto precisa de elaboração. É curioso descobrir que, por mais manipuladores e apelativos que sejam, os melodramas anteriores com Mandy Moore e Ansel Ergot vão ser para sempre lembrados, e que estruturas complexas chegam ainda mais longe, caso de Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer.
Todos esses filmes, e muitos outros são bem diferentes de Na Mesma Onda, que tenta, mas não vai ser nada que vá emocionar como era esperado, nem que vá ficar na memória, ou que vá surpreender, mas, sem dúvida, vai ser uma distração para fazer passar as horas. Sessão da tarde para ver comendo biscoitos e tomando suco de laranja. Apenas.
Um grande momento
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