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Linha Mortal

(Flatliners, EUA, 1990)

Suspense
Direção: Joel Schumacher
Elenco: Kiefer Sutherland, Julia Roberts, Kevin Bacon, William Baldwin, Oliver Platt, Kimberly Scott, Benjamin Mouton
Roteiro: Peter Filardi
Duração: 115 min.
Nota: 7  ★★★★★★★☆☆☆
Joel Schumacher é um daqueles diretores que, desde o início mostrou que tinha um jeito bem pessoal de contar histórias, mesmo não acertando sempre. Depois de surpreender com os clássicos dos anos 80 Os Primeiros Anos de Nossas Vidas e Garotos Perdidos, o diretor acumula em sua filmografia sucessos inesperados, fracassos retumbantes e filmes que não têm tanto a dizer mas divertem.

Entre os primeiros sucessos está o filme de suspense Linha Mortal. Com um visual carregado, característico de Schumacher, e uma desnecessária lição de fé, o filme é divertido e conquistou muitos fãs no ano de seu lançamento.

No elenco principal estavam três grandes nomes da época: Julia Roberts, Kevin Bacon e Kiefer Sutherland e as duas promessas Oliver Platt e William Baldwin.

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Todos são estudantes de medicina residentes e resolvem, juntos, descobrir o que existe depois da morte. Com relatos de pacientes que chegaram ao outro lado e seus conhecimentos médicos, eles se reúnem às noites para viver a experiência.

O visual do filme é tão estranho como deveria ser qualquer história sobre o além. A mistura de estilos está presente na cenografia, nos figurinos e na fotografia do longa.

Enquanto grandes colunas se misturam com o estilo renascentista na faculdade, a iluminação vai alternando entre a vida real, quando é escura, pesada e sufocante, e a vida pós-morte, quando é clara e muito mais parecida com o que conhecemos como natural.

Os fantasmas dos estudantes são referências às suas experiências passadas e as viagens são explorada visualmente de acordo com a memória de cada um. O mulherengo John Hurley, por exemplo, revive tudo em preto e branco como são as filmagens escondidas que ele faz com suas parceiras sexuais.

O clima de suspense domina maior parte do tempo e todos tentam descobrir o que as visões querem dizer. O exagero de situações e personalidades é incomodo, como nos duelos entre o pequeno Billy Mahoney e Nelson, exagerado em todos os aspectos. Mas, ainda que irrite, a tensão entre os dois e a personalidade intolerável do médico acabam sendo as principais responsáveis pelos sustos e surpresas do filme.

Entre os problemas e as experimentações visuais, o longa cumpre seu papel de distrair e só perde pontos mesmo quando tenta catequizar e explicar o que não precisa ser explicado. Ataques de fúria de um cético contra Deus são tão desnecessários que acabam distraindo e tirando o público do filme.

Ainda assim é divertido e vale a pena para dias em que não há muito mais coisa para fazer.

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
4 Comentários
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alaercio
alaercio
24/10/2010 10:31

Como regente de classe, costumo trabalhar com o filme LINHA MORTAL em sala de aula. Alguns alunos gostam muito. Além das excelentes atuações dos atores e de Julia Roberts, penso que a mensagem também é bacana: tudo o que fazemos importa, sendo necessário, para uma boa convivência, o reconhecimento do erro e a misericórdia. Todos erramos: é um fato. O que fazer com a experiência do erro pode ser um caminho para a sabedoria. Então, vamos pensar pois filosofar é preciso.

Hugo
Hugo
22/06/2010 18:52

Muitas pessoas odeiam Joel Schumacher, principalmente pelos filmes que fracassaram (como os dois “Batman”). mas penso como você, os longas deste diretor pelo menos divertem, prendem a atenção.

Essa “Linha Mortal” é interessante pelo clima estranho e por mostrar o que seria o lado escondido dos personagens, seus pecados.

O filme lembra um pouco no clima “Alucinações do Passado”. que Adrian Lyne dirigiu na mesma época e tinha Tim Robbins no papel principal.

Até mais

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