- Gênero: Drama
- Roteiro: Duda de Almeida, Rafael Lessa, Dan Rossetto
- Criador: Hugo Prata
- Elenco: Pedro Tirolli, Pedro Lucas, Rodrigo Simas, Felipe Simas, Marco Ricca, Andréia Horta, Duda Galvão, Augusto Madeira, Aramis Trindade, Giovana De Toni,
- Duração: 40 minutos
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No ano em que completam 50 anos de carreira, Chitãzinho & Xororó, uma das duplas sertanejas mais famosas do Brasil, ganham um especial contando a sua história. Com direção de Hugo Prata e um roteiro escrito a seis mãos por Rafael Lessa, Duda de Almeida e Dan Rosseto, a minissérie As Aventuras de José & Durval será lançada em capítulos semanais na Globoplay (três já estão disponíveis para assinantes na plataforma) e o primeiro episódio será exibido pela Globo, no Tela Quente desta segunda-feira (21/8). A produção acompanha a vida dos dois cantores desde a infância até a fase adulta, passando pelas dificuldades da família e pela descoberta do talento.
Apesar do título indicar algo mais divertido, é o melodrama que dá o tom da narrativa, em especial no primeiro episódio da série. Prata, diretor de Elis, – outra cinebiografia que se tornou famosa nos últimos anos, e, como de costume, lançada como série depois –, tenha dar um ar solene e trágico ao passado dos dois irmãos, sem saber muito bem como equilibrar os eventos do universo infantil que traz ao jogo e todo o resto. Ele, porém, se esquece do tema central de sua narrativa. Quando se assiste a uma obra sobre cantores ou musicistas o que se espera é que haja música e eles cantem. Bom, isso acontece, mas lá se vão quase dois terços da trama até que finalmente se chegue a isso.
Nada é muito natural na forma como as coisas acontecem. Seja no sofrimento, nas brincadeiras, ou até mesmo nas inserções musicais que não tem a ver com a dupla central – sim, elas existem para justificar a influência, sempre tão importante na narrativa desse tipo de formação de duos e grupos sertanejo –, a artificialidade faz com que o todo torne-se repetitivo e maçante. As facilidades do roteiro não ajudam em nada. É só ver, por exemplo, a cena da virada, de gosto duvidoso e quase ridícula. Os meninos aprenderam a cantar vendo os pais cantarem, ok, mas como no minuto seguintes estão tocando violão como se fizessem isso desde o dia em que nasceram? É preciso mesmo muita abstração para embarcar na história de As Aventuras de José e Durval.
A tarefa se torna um pouco mais fácil quando o segundo episódio chega, a dupla pega na viola de verdade e as tais aventuras realmente começam. Ainda que o exagero e as cenas ultra carregadas ainda estejam ali, há distrações positivas que ajudam na jornada. Quando firma as bases de toda a história na dureza da origem e aposta alto no melodrama, com a trilha melancólica sempre presente, uma fotografia que alterna entre o desolador e o glorificante, Prata se descola daquilo que tem de mais importante: as pessoas. Somado-se a isso a irregularidade e superficialidade do texto seria mesmo difícil que as atuações fossem convincentes. E estamos falando aqui de atores do calibre de Marcos Rica, que se esforça bastante, mas tem muito pouco com o que trabalhar.
Diferente de outros do seu gênero, em especial os musicais, As Aventuras de José e Durval não tem um filme montado com seus episódios, ao menos não por enquanto, e se assume como narrativa seriada logo de cara. Se antes esse lançamento causava uma crítica comum aos títulos, pelo modo como a colagem deixa o resultado final irregular e, por vezes, falho; na minissérie que conta a história de Chitãzinho e Xororó essa talvez fosse uma possibilidade de amarrar os acontecimentos e encontrar o ritmo que falta para provocar o envolvimento do espectador. Porque se há algo que não pode ser revertida em qualquer obra audiovisual é a falta de conexão.
Com as crianças Pedro Tirolli e Pedro Lucas vivendo com graça a dupla ainda na infância, acompanhados de uma fofa Duda Galvão, a primeira parte da série sobrevive de momentos e boa parte deles depende dos três. Andréia Horta, que vive Araci, a mãe dos cantores, não tem muitas oportunidades (ela se destaca à medida que a trama avança) e Augusto Madeira demora a chegar. Em um outro patamar, a alardeada dupla de atores irmãos Felipe e Rodrigo Simas, que vive os dois protagonistas depois de adultos, só aparece em um outro momento da trama.
Não há nenhuma dúvida que seria possível criar uma grande história com tudo aquilo que viveram os irmãos Lima, mas As Aventuras de José e Durval não escolhe bem que caminho tomar e se torna mais chato do que interessante, ainda que melhore nos próximos episódios. Por isso, talvez, um apanhado montado de todo esse material fizesse muito mais sentido.
Um grande momento
Não tem nada que marque de verdade
Crítica perfeita. Até agora só vejo elogios de fãs exaltados. Não tinham dinheiro e do nada aparecem tocando um violão cada um. Achei também um “buraco” enorme da volta deles da caravana, e crianças, para a fase adulta. Sequer pudemos curtir esse retorno.
O pior é não tocar nada no rádio, não se falar em gravação, e do nada Geraldo Meireles fala que não terão terceira chance. Pasmem, fio de cabelo está no sétimo álbum, ou seja, sétima chance. As anteriores nem vimos falar. Do nada gravaram fio de cabelo e da impressão de ser primeira.
Eu não gosto de sertanejo pop, mas amo biografias e cinema. Principalmente com um bom roteiro e direção, o que infelizmente também não vi nesta minissérie, em ritmo de novela, ou seja, muitos buracos e coisas que parecem meio “ajeitadas” nactrama para cumprir o cronograma. Falta intimidade, verossimilhança, autenticidade. Chitaozinho e Xororó, por sua história , mereciam mais.