- Gênero: Drama
- Direção: Kim Bass
- Roteiro: Kim Bass
- Elenco: Major Dodson, Rory Cochrane, Amy Smart, Barkhad Abdi, Layla Felder, Jody Thompson, Isaiah Hanley, Forrest Deal, Claudia Zevallos, Reno Wilson
- Duração: 100 minutos
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Sabe aqueles telefilmes em clima de dramalhão dos anos 1990 que saíam direto da tv estadunidense para a Sessão da Tarde brasileira? De O Resgate de Jessica a Enchente: Quem Salvará Nossos Filhos?, coisas sem qualquer mínimo valor cinematográfico faziam sucesso indiscriminado, tanto que se repetiam à exaustão. O êxito de O Milagre de Tyson na Netflix é a prova de que aquele público ainda aguarda por títulos tão apelativos e desprovidos de predicados aparentes ainda existe, assim como títulos tão “repletos de qualidades” quanto aqueles. A fórmula de alguma enfermidade, ou acidente, ou fato espetaculoso, alinhado a uma direção inexistente, mostra-se ainda eficaz quando o assunto é passar o tempo do espectador entre lágrimas e torcidas.
Esse é o sexto longa do roteirista e diretor Kim Bass, cujos cinco anteriores não moveram qualquer reflexão a respeito de sua carreira, que provavelmente continuará no mesmo lugar após O Milagre de Tyson. Isso porque o filme não somente é anódino, como também é infestado de soluções ruins, tanto esteticamente quanto narrativamente. Sobra para a diversão acompanhar a historinha propriamente dita, de um adolescente diagnosticado autista cujo pai é um grande campeão do futebol americano. Ao frequentar a escola, Tyson se encanta pelo atletismo e resolve correr uma maratona, contra tudo e contra todos. Óbvio que trata-se de uma história baseada em eventos reais, e ainda mais óbvio imaginar onde essa situação termina.
“Nada contra” situações absolutamente previsíveis em produções para lá de modestas, o meu problema em particular é quando nem o básico consegue ser bem feito, como o trabalho de montagem, tão elementar quanto utilizar sal como tempero. O Milagre de Tyson incomoda porque, entre muitas coisas, desperdiça seus atores e os coloca em situação constrangedora. Como parece não ter noção do tempo de cena e da utilização de coloquialidade para acomodar suas cenas ao naturalismo, não há uma ponte que agilize a interação entre os personagens. Tudo é pausado e dilatado na montagem, criando vácuos quase em todas as cenas de diálogos. Um personagem fala, para de falar, aí sim a cena vai para o outro, que começa sua fala e termina, tudo de maneira mecânica, sem qualquer cadência que crie uma impressão de interação entre os personagens.
Como estamos diante de um filme protagonizado por um personagem autista, todos ao seu redor parecem ter sido diagnosticados da mesma forma. Ao seguir uma claquete cênica como guia, O Milagre de Tyson demonstra sua fragilidade estrutural, que denota uma absoluta falta de conhecimento técnico para conceber algo minimamente qualitativo. Sem qualquer culpa, atores como Rory Cochrane e Amy Smart, que já demonstraram seus talentos em muitas ocasiões, aqui soam como iniciantes em teatro amador. O filme conseguiu um indicado ao Oscar (Barkhad Abdi, por Capitão Phillips) e desperdiça sua presença causando uma situação embaraçosa como essa, e perdendo a chance de realizar ao menos uma produção que pareça profissional.
Sobram os esforços solitários de Major Dodson em cena. Autista como o personagem-título, o rapaz é um poço de carisma e sua postura vende O Milagre de Tyson como algo melhor do que o filme na verdade é. Suas tiradas são funcionais, seu talento é evidente e sua performance provoca uma saia justa maior na produção, por aparentar que a montagem debocha de suas capacidades ao montar o filme dessa forma. Alheio ao lugar onde está, Dodson está à vontade onde nada mais parece pleno de capacidades, e seu entendimento é uma aula para o filme, que perde a cada vez que ele sai de cena. Ainda bem que seu protagonismo é absoluto, ajudando uma produção que não teria nenhum outro mérito a resplandecer sozinho sua expressividade.
Um grande momento
A forma como Tyson se comporta no bullying
Que crítica b0st@ é essa, “jornaliste”…? O filme é excelente. Personagens cativantes. Atores generosos. Enredo envolvente. Mensagem poderosa. Vale muito a pena assistir. Que nenhum leitor se deixe influenciar pela amargura do “crítico por acaso”, assista, viva suas próprias emoções e tire suas próprias conclusões. Abraços! ;)
Muito tecnicismo crítico de quem não entendeu nada sobre a importância da mensagem do filme. Aliás, muito mais interessante que alguns ditos sensacionais pelos críticos. O filme vale cada minuto pela abordagem sincera com que trata a questão de famílias com pessoas dentro do Espectro autista.
Discordo da tua opinião e me pergunto porque será que o filme foi indicado ao oscar? Ou ninguém mais entende de cinema, somente você?
Minha opinião difere totalmente da sua. Gostei do filme. Como mãe atípica me reconheci em muitos momentos, e apesar de ser uma história mais superficial, foi um filme bom.
Péssima análise. Nota zero pra sua análise insensível.