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VI Animaí revela seus vencedores e aponta para o futuro

Encerrado no último dia 9 de dezembro, o VI Animaí – Festival Baiano de Animação e Games mostrou que a força de Marão não pode ser desprezadas. Seu Bizarros Peixes das Fossas Abissais foi o grande vencedor entre os longas metragens da competição, mostrando o poder de uma narrativa que ousa dentro de cenário ainda tratado como espaço infantil. 

Aliás, o festival baiano veio para mostrar exatamente o oposto disso, trazendo experimentações de linguagem e temas adultos a um universo que não precisa ser dedicado exclusivamente ao domínio das crianças. Várias foram as rodas de conversas voltadas aos negócios e a difusão da linguagem animada, e igualmente muitos foram os projetos animados que não tinha como foco a garotada, como Cherry Passion Fruit entre os curtas, ou Meu Tio José entre os longas, dirigido pelo homenageado do ano Ducca Rios. 

De duração enxuta e intensa, o festival trouxe até a capital nomes como Sérgio Machado (diretor de Arca de Noé) e Ale McHaddo (diretora de Lasanha Assassina), mostrando que o gênero não pode mais ser desprezado, e deixando o espaço livre para que outros apareçam. Ainda assim, a estrutura impecável de produção e sua agenda veloz não deixaram escapar os esforços verdadeiros dos diretores Aline Cléa, Anderson Soares e Léo Silva em estarem na vanguarda de seu espaço. 

Com o desaparecimento infeliz do Anima Mundi, o Animaí hoje ocupa um lugar invejável e muito merecido dentro da seara de animação no Brasil, com sua ampla vontade de crescer ainda mais sendo respaldada por uma equipe competente e carinhosa, tal qual o povo baiano apresenta. Nada disso seria suficiente se a programação do festival não fosse capaz de apresentar o melhor da produção atual no gênero; felizmente, isso também esteve presente no VI Animaí.

A intenção de fazer uma edição ainda mais pulsante em 2025 é não apenas perceptível como verbalizada pelo trio que encabeça o projeto. Podemos perceber que não existem limites para os sonhos deles, inclusive conectando o festival a ABRACCINE a partir desse ano, o que permitiu que um grupo de críticos votassem nos melhores da edição e mostrando que a animação é sim um potente gênero de comunicação com a crítica e o espectador. 

Já ansioso pela edição de 2025 desse festival de primeira grandeza em apenas 6 edições, abaixo temos os vencedores da última semana: 

MELHOR LONGA METRAGEM DE ANIMAÇÃO
Bizarros Peixes das Fossas Abissais
dir. Marão (RJ)

MELHOR SÉRIE DE ANIMAÇÃO
As Aventuras de Amí
dir. Maria Carolina e Igor Souza (BA)

MELHOR CURTA NACIONAL
Pária
dir. Daniel Bruson (SP)

MENÇÕES HONROSAS
Contos mirabolantes – O Olho do Mapinguari
dir. Andrei Miralha e Petronio Medeiros (PA)

Iroco
dir. Denis Leroy (MG)

Ana Parideira
dir. Juliana Barreto (AL)

Guaracy
dir. Eliete Della Violla e Daniel Bruson (SP)

MELHOR CURTA BAIANO
As Caixas
dir. Yata Andersen (BA)

PRÊMIO DIVERSIDADE: MULHER DIRETORA
Juvenal e o Dragão
dir. Natali Toledo (PB)

PRÊMIO DIVERSIDADE: MELHOR REALIZADOR PARDO/PRETO
Darma
dir. Kauan Silva, Jonathan Lunardi (SP)

PRÊMIO DIVERSIDADE: JOVEM REALIZADOR
Quintal
dir. Mariana Netto (BA)

PRÊMIO ORIGEM – ANIMAÍ | QUALIDADE TÉCNICA NA ANIMAÇÃO
Curacanga
Dir. Mateus Di Mambro (BA)

PRÊMIO DA CRÍTICA – ABRACCINE
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRÍTICOS DE CINEMA

Júri formado por Enoe Lopes Pontes, Jusciele Oliveira, Feliphe Alencar

MELHOR CURTA
A Menina e o Pote (PE)
Dir. Valentina Homem

MELHOR LONGA
O Sonho de Clarice (DF)
Dir. Fernando Gutiérrez e Guto Bicalho

Francisco Carbone

Jornalista, crítico de cinema por acaso, amante da sala escura por opção; um cara que não consegue se decidir entre Limite e "Os Saltimbancos Trapalhões", entre Sharon Stone e Marisa Paredes... porque escolheu o Cinema.
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