Crítica | Streaming e VoD

Como Água para Chocolate

(Como agua para chocolate, MEX, 1992)

É possível juntar em um mesmo filme rigorosas tradições, revolução mexicana, amores proibidos e culinária? O filme mexicano “Como Água para Chocolate” do diretor Alfonso Arau, baseado em um livro de sua mulher Laura Esquivel, que também assina o roteiro, prova que sim. E com uma sensibilidade impressionante.

Tita é a filha mais nova de Elena e, por isso, tem que permanecer solteira para cuidar da mãe na velhice. Porém, Tita se apaixona por Pedro e ele por ela. Depois da proibição do casamento, para não ficar distante, ele decide aceitar a oferta de Elena e se casa com uma das irmãs de sua paixão.

Apoie o Cenas

Com um roteiro fantástico como as obras de Gabriel García Marquez, cheio de acontecimentos inusitados e personagens que sempre são mais do que aparentam, o filme é daqueles que consquista desde os primeiros minutos.

Embora não agrade a todos os públicos, tem tanto significado em suas cenas e trata os assuntos com tanta delicadeza e sabor que quase conseguimos sentir o gosto de cada um dos sentimentos que compõe o cardápio de Tita.

A direção dos atores está na medida certa e conta com um elenco dedicado e talentoso. Uma outra surpresa é a bela fotografia assinada pela dobradinha inusitada de Steven Bernstein, que se especializou mais tarde em filmes besteirol como As Branquelas e O Pequenino, e Emmanuel Lubezki, responsável por Queime Depois de Ler, Filhos da Esperança e Desventuras em Série.

Amor, misticismo, crenças, tradição e esperança com muito sabor. Uma excelente pedida quando a vontade é de ver um filme que fale singelamente de muitas coisas.

Um Grande Momento

O bolo triste.

Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito)

BAFTA
: Filme em Língua Estrangeira

Globo de Ouro: Filme em Língua Estrangeira

Goya: Filme Estrangeiro em Língua Espanhola

Festival de Gramado: Filme Latino, Escolha da Audiência, Atriz (Lumi Cavazos), Atriz Coadjuvante (Claudette Maillé)

Links

Submarino

Drama
Direção: Alfonso Arau
Elenco: Lumi Cavazos, Marco Leonardi, Regina Torné, Mario Iván Martínez, Ada Carrasco, Yareli Arizmendi, Claudette Maillé, Pilar Aranda
Roteiro: Laura Esquivel
Duração: 105 min.
Minha nota: 7/10

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.

Um Comentário

  1. Excelente post, Cecília!
    Também gostei muito do filme e acho que vale também lembrar de "A Festa de Babette" que além de delicioso tem interpretações e cenário, fantásticos!
    Apareça no meu blog.
    Abraços,
    Patrícia

  2. Oie!

    Eu não li o livro ainda, Gema. Acho que se tivesse lido não gostaria tanto quanto gostei. Livros sempre fazem a gente cobrar muito mais da adaptação. Acho o filme maravilhoso!

    Ah, Vinícius! Não acho não. Acho que tudo é muito mais do que aparenta.

    Beijocas a todos!

  3. Apesar de ser considerado por muitos como um grande filme, acho que alguns aspectos um tanto 'novelescos' de sua trama atrapalham o resultado no geral.

  4. Li o livro 1º e depois vi o filme… devo confessar que tanto um como o outro foram muito bons.
    O filme é excelente e muito bonito.
    Gostei mesmo ;)
    Bjs

Botão Voltar ao topo