Depois que a gripe suína me pegou, ver um filme ficou bem complicado. Quase isolada em um quarto, depois de me sentir melhor e conseguir ficar acordada por mais de duas horas consecutivas, a única opção que eu tinha era a tv a cabo, mas com aquele pacote básico de assinatura que traz pouquíssimas opções.
Foi assim que acabei embarcando nessa canoa furada, afundando no meio do mar e assistindo a dois filmes áquaticos de qualidade bem duvidosa. Para piorar, um deles pela segunda vez.
Mergulho Radical
(Into the Blue, EUA, 2005)
Um casal centrado, apaixonado e lindo recebe a visita de um casal amigo e os leva para fazer aquilo que mais gostam: mergulhar e procurar tesouros perdidos no fundo do mar. Em uma mesma área eles descobrem um navio naufragado e um avião e acabam se envolvendo com traficantes de drogas.
Filmado nas Bahamas, o visual de Mergulho Radical é um colírio para os olhos, principalmente por trazer Paul Walker e Jessica Alba em trajes sumários na maior parte do tempo. Mas pára por aí.
Com um roteiro batido e previsível, o filme traz a mesma história de drogas, traição e fuga de vários outros títulos feitos sem grandes pretensões artísticas e intelectuais. E, enquanto os créditos finais sobem na tela, o público começa a esquecer tudo o que viu.
As atuações são fracas e ainda sofrem com a mão frouxa do diretor John Stockwell (Turistas), que sempre está muito mais interessado em cortes frenéticos e tomadas áquaticas.
E era melhor ficar só nas aquáticas, pois em Mergulho Radical há uma das tomadas mais estranhas que eu já vi no cinema. Enquanto os três amigos mergulham para recuperar os restos de um navio, a personagem de Ashley Scott fica sozinha na lancha e alguém achou que seria o máximo filmá-la deitada, com a câmera na horizontal a partir de seus pés, ou seja, close no “fundilho” da menina, que ainda estava molhado. Um mau-gosto sem igual.
A trilha sonora é ainda a única coisa que consegue fazer algum sentido, mas fica perdida no meio de tanto retalho mal costurado.
Clíchê, fraco, esquecível e de uma pobreza de conteúdo rara, mas com uma cobertura bem bonita.
Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito)
Troféu Framboesa: Pior Atriz (Jessica Alba, também indicada por Quarteto Fantástico)
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Ação
Direção: John Stockwell
Elenco: Paul Walker, Jessica Alba, Scott Caan, Ashley Scott, Josh Brolin, Tyson Beckford
Roteiro: Matt Johnson
Duração: 110 min.
Minha nota: 2/10
A Onda dos Sonhos
(Blue Crush, EUA/ALE, 2002)
Como se já não tivesse visto água o bastante, o mesmo canal engatou outro filme também com o mar como cenário principal, mas desta antes do alto-mar e depois da rebentação, na parte onde os surfistas ficam.
O surf é um dos esportes mais bonitos para filmar ou fotografar. Ondas e manobras geralmente rendem ótimas imagens e, infelizmente, quando o visual é muito bonito todo o resto é deixado em segundo plano por John Stockwell. Pois é, o mesmo diretor do filme anterior.
A história, baseada em um artigo de Susan Orlean, fala de uma surfista que tenta voltar ao esporte depois um quase afogamento no campeonato “Pipe Masters”. A surfista Anne Marie vive com a irmã mais nova e duas grandes amigas que a ajudam neste retorno.
E dá-lhe onda, caixote, prancha e aqueles locutores profissionais de surf que não param de falar e são mais machistas do que o necessário. Se eu, como tia de surfista, achei muita coisa fora do lugar no filme, imagine para os que praticam o esporte. Não existe hora para dormir, a comida não tem nada de saudável, os surfistas são brutamontes ignorantes e os treinos ficam em segundo plano por qualquer casinho.
Os diálogos são fracos e rasos, assim como os personagens. O filme só vale mesmo pelas cenas em que as personagens mais parecem uma meia perdida na máquina de lavar roupa, porque a montagen também deixa bastante a desejar.
Os atores não conseguem chegar a lugar nenhum e as histórias paralelas não pegam, mas o primeiro tombo de Anne Marie no campeonato é de tirar o fôlego, literalmente.
Dispensável!
Prêmios e indicações (as categorias premiadas estão em negrito)
MTV Movie Awars: Grupo em Cena (Kate Bosworth, Michelle Rodriguez, Sanoe Lake), Revelação Feminina (Kate Bosworth)
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Drama
Direção: John Stockwell
Elenco: Kate Bosworth, Matthew Davis, Michelle Rodriguez, Sanoe Lake, Mika Boorem, Chris Taloa
Roteiro: Susan Orlean (artigo), Lizzy Weiss, John Stockwell
Duração: 104 min.
Minha nota: 3/10
Nossa, os dois filmes parecem ser péssimos, acho que nem nessa situação eu veria, rsrsrs. Espero e torço para que esteja melhor! ;-)
Cecília do céu, não é possivel que não tinha algo melhor para ser visto, rs… O primeiro eu já vi (tá, e to reclamando do que?) e realmente é uma porcaria, o segundo… num vi, num quero ver e só não tenho raiva de quem viu pq vc é até legal, rsss…
Aqui, dá uma passada lá n'O Cara da Locadora depois? Colocamos uma enquete para saber qual deve ser o assunto tratado no nosso primeiro podcast e sua opinião é importante…
Abraços…
Que maré de azar (sem trocadilho). Como se não bastasse adoecer, ter que encarar essas duas pérolas não é mole, não!