O Oscar, apresentado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, é um dos maiores prêmios que um artista pode receber em sua carreira. Naturalmente damos mais atenção àqueles troféus que são entregues aos atores, atrizes e diretores, já que são justamente os que ficam à frente e se destacam.
Por exemplo, Katharine Hepburn é a maior vencedora do Oscar de Melhor Atriz, levando para casa 4 estatuetas. Entre os homens, Daniel Day-Lewis está à frente, tendo recebido três Oscar de Melhor Ator.
Mas pouca gente presta atenção às categorias mais técnicas. De base, formada pelos profissionais que ficam por trás das câmeras. Essas categorias fazem parte da pré-produção, produção e pós-produção. Vamos falar um pouco sobre algumas delas, sendo a primeira e a mais importante é a do produtor.
Você pode não saber que ele está ali, mas toda a realização da obra depende totalmente dele. O produtor é a pessoa que está por trás de cada uma das etapas, aprovando cada passo, desde a escolha do roteiro, seleção de atores e finalização. O profissional muitas vezes também é responsável por injetar dinheiro, definindo metas a serem cumpridas e o prazo e busca as parcerias que irão ajudar na realização do filme.
Muitas vezes o produtor também assume a função de diretor, como é o caso de Billy Wilder. O polonês tinha tanto medo de que mudassem uma vírgula de seus roteiros que resolveu ele mesmo dirigir e produzi-las ao lado de Charles Brackett, seu parceiro de roteiro em várias obras. Alguns de seus maiores sucessos foram Quanto mais Quente Melhor (1959) e Crepúsculo dos Deuses (1950), filme com o qual recebeu o Oscar de Melhor Diretor.
Nos Estados Unidos, o sindicato de roteiristas é um dos mais fortes do mundo. E quando eles resolvem parar, mostram a força que possuem. Afinal, está nas mãos dos roteiristas a criação ou adaptação da história que será mostrada na tela. Em 2007, o sindicato boicotou dois dos principais eventos do cinema, o Oscar e o Globo de Ouro, enquanto cruzava os braços até que as negociações sobre seus contratos fossem resolvidas.
Só este caso já mostra a importância deles. Este profissional pode criar a história e desenvolver as falas que serão interpretadas pelos atores, pontuando paradas, entradas, saídas e pausas dramáticas. Alguns deles se inspiram em fatos reais como O Pianista (2002), cujo roteiro foi escrito por Ronald Harwood, foi inspirado na vida do pianista polaco Władysław Szpilman.
Outros adaptam livros ou peças. Neste ponto, Stephen King é o autor com mais obras adaptada para o audiovisual, embora William Shakespeare também tenha uma boa quantidade de obras adaptadas para o cinema e televisão.
Para melhor realizar suas cenas, é necessário que o roteirista conheça bem sobre o que está tratando. E para isso ele vai atrás de informações relativas ao tema que será filmado. Um exemplo: para idealizar uma cena que envolva uma partida de poker, este profissional deve aprender as regras básicas do jogo, posicionamento dos jogadores e peças na mesa e até mesmo possíveis manias que cada integrante pode ter.
Esta etapa irá contar com a ajuda posterior de outros profissionais, dentre eles, o diretor de fotografia. É ele que irá definir, junto com o diretor, os ambientes e objetos de cena, e indicando aos cenógrafos o que irá ficar ou não no cenário. O diretor de fotografia irá contar com a ajuda do operador de câmera e o maquinista, indicando os enquadramentos, aproximação e movimentos necessários para capturar a mensagem da cena.
Dentre os melhores de sua área está Roger Deakins. Trabalhando bastante com os Irmãos Coen, Deakins gosta de utilizar nas produções a iluminação natural e paletas que trazem dramaticidade às cenas. Com isso, ele já foi premiado duas vezes com o Oscar. A primeira por seu trabalho em Blade Runner 2049 (2018) e a segunda em 1917 (2020). Ambos os filmes o premiaram com O BAFTA e o Critics Choice.
Com as filmagens realizadas, o material cru é entregue nas mãos de outros profissionais. Um deles é o colorista. Sua função principal é ajustar as cores do material, dando ênfase em uma paleta de cores, escurecendo ou abrindo o tom e corrigir pequenas falhas que tenham escapado durante as filmagens. O ajuste de cor pode definir sentimentos como tranquilidade, tristeza, alegria, mas também definem tensão ou calmaria. Abaixo um exemplo:
A luz e brilho definem o uma estratégia narrativa e um conceito visual, deixando a produção com ares dramáticos ou leves, a depender das escolhas. Neste ponto um dos diretores que mais utilizam dessa narrativa em sua estética é Tim Burton, que trouxe um retrato sombrio em Batman (1989) e tons frios em O Lar das Crianças Peculiares (2016), por exemplo. Os coloristas entram na categoria de efeitos especiais, que incluem profissionais que incluem efeitos, sons e sobreposições.
Portanto, da próxima vez que você assistir a um filme ou uma série, perceba que não por acaso há uma lista extensa de nomes que se seguem, provando que poderíamos elencar mais uma dezena de profissionais em nossa lista. Mas some-se aos já citados o continuísta (que garante que a sequência não terá falhas de posições, por exemplo), o figurinista (que desenha as roupas conforme definições do personagem) e o técnico de som (que trabalha na captação do som, reduzindo os ruídos locais), que deixaremos para uma próxima matéria.