- Gênero: Comédia romântica
- Direção: Filip Zylber
- Roteiro: Natalia Matuszek, Wiktor Piatkowski
- Elenco: Adrianna Chlebicka, Mateusz Banasiuk, Mikolaj Roznerski, Miroslaw Baka, Tomasz Karolak, Monika Krzywkowska, Helena Mazur, Sebastian Stankiewicz
- Duração: 96 minutos
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De cara, a pergunta: Amor² precisava de continuação? Um uníssono ‘não’ é ouvido em qualquer lugar que se pergunte. Dita essa verdade, era esperado que Amor² Outra Vez fosse algo melhor, tendo em vista a bagunça que foi apresentada anteriormente. O óbvio então acontece, mas nenhuma animação pode ser registrada: ainda temos uma produção desnecessária e absolutamente esquecível. Nada está necessariamente em lugar positivo e sobram motivos para nos perguntarmos porque estamos diante desse filme. É um festival de clichês que se imagina feminista, mas que só soa burocrático e desanimado.
A Polônia continua sendo um polo produtor de material inédito para a Netflix, mas eu já abordei isso no texto da primeira produção. O que pode ser acrescentado a ele é que pouca coisa mudou, no sentido do país começar a tornar-se relevante em meio ao excesso. São muitos títulos por ano, que chegam fazendo pouca diferença, ao contrário da Turquia, que claramente vem tentando chamar atenção, e conseguindo com alguma frequência. Essa é uma comédia romântica que os Estados Unidos já produziram aos montes, com ideias de guerra dos sexos sendo substituídas por uma intenção inofensiva de manter o espectador na frente da poltrona, sem nada de relevante a dizer.
Esteticamente, Amor² Outra Vez é praticamente estéril; não possui qualquer maior valor artístico, não cumpre qualquer tabela que o mostre como uma força interessante, nem agrega um valor reconhecível em suas pretensões. Filip Zylber tinha dirigido o primeiro e, entre eles, ainda entregou Desfile de Corações. Nenhuma dessas produções carrega uma marca reconhecível, e o diretor demonstra interesse apenas na comodidade do público médio ‘netflixiano’, que não procura maiores emoções que seus filmes entregam. É um lugar de onde não sai qualquer maior suculência, e o filme tem consciência disso, jogando pela retranca para um público nada exigente.
O que acaba por fazer a diferença na produção é que, se estamos falando de um grupo protocolar de ideias, elas fazem sentido e entretém, durante aqueles poucos mais de uma hora e meia de produção. Dessa vez, o filme não parece cortado, não há uma correria desenfreada do anterior para solucionar os plots, e o filme ainda inclui uma trama apêndice de amor, que inclui o pai da protagonista. Tudo conduzido com correção e sem qualquer vontade de impressionar, transforma Amor² Outra Vez em um título que não será lembrado por mais do que a semana que vem. O sucesso atual demonstra a força da mídia que a Netflix banca com suas produções.
Mais uma vez, o casal interpretado por Adrianna Chlebicka e Mateusz Banasiuk salvam a produção de um destino ainda pior. Graças ao seu carisma, à química que existe de fato entre os atores e ao universo que eles constroem entre si, a sessão de Amor² Outra Vez não descamba para o insuportável. Eles nos fazem embarcar em uma série de clichês que não reciclam nada, utilizando informações e intenções de tantas produções anteriores, para rememorar casais que têm melhor acabamento. Um terceiro vértice masculino foi incluído, para dar algum sabor (e esse personagem é construído com alguma integridade narrativa, perto do todo), mas o filme fica no médio/medíocre de outrora.
Um grande momento
O telefonema suspeito