(Up in the Air, EUA, 2009)
O título em português sugere mais uma comédia romântica, mas o novo filme de Jason Reitman das açucaradas historias de amor que estamos acostumados a ver. Amor Sem Escalas fala sobre a solidão do homem moderno, para quem a ausência de raízes e ligações humanas deixou de ser um problema e se tornou mais uma maneira de viver a vida.
A história que vemos é a de Ryan Bingham, profissional contratado por outras empresas para demitir os funcionários que já não podem mais permanecer em seus postos de trabalho. Em tempos de crise, ele não pára de perambular pelo país, de empresa em empresa, levando a má notícia.
Sem vínculos pessoais ou materiais, sua maior ambição é conquistar um número absurdo de milhas no programa de fidelidade da companhia aérea e benefícios ainda maiores nos programas de pontos dos hotéis e restaurantes por onde passa. Isso até que duas mulheres apareçam em seu caminho e o façam olhar para outras coisas.
A imagem que temos de Bingham é aquela que ele faz questão de divulgar, talvez menos como propaganda e mais como um exercício de auto-afirmação: um homem que não leva nada e não faz questão de ter conexões reais com o mundo que o cerca. Mas que só dura até percebemos como ele lida com aquelas pessoas que acabaram de perder suas expectativas, ou como ele tenta, sem jeito, administrar a frustração da sua nova e indesejada companheira de viagem.
Entre a estranheza e a compreensão, vamos nos apegando ao personagem e, de certa forma, torcendo para que as coisas aconteçam da melhor forma para ele. Chegamos a torcer até pela manutenção de sua função de demitidor de aluguel quando até aquilo que é duro está prestes a se tornar ainda mais pessoal.
Com bons personagens e um roteiro interessante e atual, o filme é uma daquelas experiências que fazem a gente pensar a forma impessoal e distante que hoje é habitual e a fragilidade das relações.
George Clooney está muito bem como protagonista e sabe como favorecer o personagem com o seu jeito meio indiferente, mas sempre charmoso. Suas companheiras de cena Vera Farmiga, uma espécie de alma gêmea com muitas milhas acumaladas, e a jovem Anna Kendrick, a novata que quer implantar uma nova tecnologia de demissões por videoconferência, o acompanham com atuações inspiradas, ainda que a primeira seja mais segura que a segunda.
Ainda que tenha muitas qualidades, a virada brusca no roteiro pode incomodar alguns. Os mais novos também podem não se identificar tanto com o que vêem na tela.
Mas é uma boa aventura e daquelas que tem vários significados, dependendo de quem assista ao filme. Por mais que o título nacional passe a sensação de algo rápido e de fácil digestão, o que vemos toca fundo e faz pensar.
Um Grande Momento
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Drama
Direção: Jason Reitman
Elenco: George Clooney, Vera Farmiga, Anna Kendrick, Jason Bateman, Amy Morton, Melanie Lynskey, J. K. Simmons, Sam Elliott, Zach Galifianakis
Roteiro: Walter Kirn (romance), Jason Reitman, Sheldon Turner
Duração: 109 min.
Minha nota: 8/10
Olha pessoal fora o tal George Clooney e filme deixa muito pouco.
Na saida do cinema ainda olhei a expressão das outras pessoas, a maioria estava estarrecida com o que foi apresentado na tela.
Nota 6
Filme me surprendeu, muito ruim.
Nota 5
Eu também adorei a virada. Funciona como a vida em si – cheia de surpresas quando menos esperamos. O filme é sincero e cruel. Beneficiado pelo roteiro denso.
Nota 9,0
Esse filme é muito bom. É o melhor que eu vi esse ano até agora.
Oi, Vinícius! Oi, Renan!
Eu também não tenho nada contra a virada do roteiro, mas essa é a principal queixa de alguns que viram o filme. Por isso disse que "poderia incomodar alguns".
Também gosto muito da Vera Farmiga.
Beijocas
Assino embaixo, Vinícius.
Abraços,
Renan
Eu gostei da virada no roteiro, acho que a história ganhou muito com ela. Adorei a Vera Farmiga, que para mim é a melhor coisa de todo o filme.