- Gênero: Horror
- Direção: Oskar Lehemaa
- Roteiro: Oskar Lehemaa
- Elenco: Sten Karpov
- Duração: 14 minutos
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Se fôssemos fazer uma lista com todos os objetos e coisas que assumem a forma maligna e perseguem os seres humanos, ela não teria fim. Carros, eletrodomésticos, camisinha, vestido, sapatos já tiveram os seus momentos de glória como vilões do terror. Em Bad Hair é a vez do cabelo. Não aqueles cabelos marcantes do cinema oriental, mas os normais, que temos ou, mais especificamente, deixamos de ter.
O diretor Oskar Lehemaa gosta de brincar com as imagens. Aposta em invertidas para as surpresas – inclusive é assim que, literalmente, abre Bad Hair – e, afeito a cortes, alterna entre muitos planos, construindo uma sintaxe que se estabelece bem no uso de elementos conhecidos. Para somar, o realizador conta com o expressivo Sten Karpov como a representação da conhecida masculinidade tóxica e suas exigências sociais.
O curta estoniano transita entre o humor e a angústia, depositando mais fichas no segundo sentimento. Entre caras de nojo e fechadas de olho, Bad Hair é o típico filme que não se leva tão a sério, pelo contrário, diverte-se consigo mesmo. Mas isso está bem longe de ser algo negativo, é uma obra que funciona muito bem em suas provocações e tem consciência do que é elementar em um bom filme de horror: uma identificação visual tão forte que transfere o sentimento para quem assiste ao filme.
Na simplicidade dos poucos espaços e elementos cênicos; na confiança na atuação, e nas muitas experimentações e empréstimos audiovisuais, Bad Hair é uma justaposição de retalhos que funciona bem e cumpre seu papel sem prolongamentos. Um filme que diverte e angustia trazendo o horror de seu protagonista para perto de quem o vê. E quem nunca sofreu com o próprio cabelo, não é?
Um grande momento
Olho