(Beira-Mar, BRA, 2015)
Direção: Filipe Matzembacher, Marcio Reolon
Elenco: Mateus Almada, Maurício Barcellos, Irene Brietzke, Elisa Brittes, Maitê Felistoffa, Francisco Gick, Fernando Hart, Danuta Zaguetto, Ariel Artur
Roteiro: Filipe Matzembacher, Marcio Reolon
Duração: 83 min.
Nota: 4
Mais uma vez, vemos histórias de dois adolescentes rompendo as barreiras da fase adulta e se descobrindo no mundo. Martin faz a vontade do pai e vai à cidade de praia onde a família tem uma casa resolver um problema de herança. Seu amigo Tomaz o acompanha na jornada.
Na tentativa bem-sucedida de ser belo, Beira-Mar acaba se perdendo na intenção de sempre impressionar mais com as imagens que registra. E é só na insistente e nem sempre consistente câmera na mão que os diretores Filipe Matzembacher (Cinco Maneiras de Fechar os Olhos) e Marcio Reolon (Other Than) conseguem chegar mais próximo das sensações que buscam demonstrar, mas a diferença de todo o resto da concepção é problemática e comprometedora.
Se o modo de filmar é frenético, o ritmo escolhido para o filme é lento ao extremo e pouco tem a ver com a adolescência. Não há uma atividade consistente nem mesmo em momentos que deveriam ser mais agitados, como nas festas ou na principal cena de sexo, principalmente quando se fala de uma cidade onde não há nada para fazer. Essa diferença faz com que um filme sobre a mais agitada e desenfreada fase da vida cause muito estranhamento.
Mesmo que o tom escolhido seja o da melancolia, nada é tão contemplativo assim com tantos hormônios a flor da pele. Há um distanciamento negativo da tensão e uma sensação de que nada do que acontece consegue ter a profundidade que poderia.
Ainda assim, o filme conta com boas atuações de Mateus Almada (Água) e Maurício Barcellos, que parecem ter compreendido a intenção dos diretores ao construir os personagens centrais. Além de uma bela participação de Irene Brietzke (Saneamento Básico, o Filme) como a avó de Martin.
Beira-Mar é uma experiência que demora a passar e que tem pouco potencial de permanecer na cabeça de quem o assiste. Primeiro pela falta de familiaridade com que se conta a história, depois pela pouca preocupação com o envolvimento que será provocado.
É como se o filme seguisse a risca o que era esperado, como se conseguisse alcançar o potencial estético almejado, mas como se não tivesse muita coisa a dizer.
Um Grande Momento:
A última conversa com a avó.
Links
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