Drama, Romance
Criador: Chris Van Dusen
Temporada: 1-
Elenco: Jonathan Bailey, Ruby Barker, Harriet Cains
Duração média: 60 min.
Canal Netflix
É chocante como os clichês ainda são os reais produtos que geram frisson e demandas, e Bridgerton, disponível na Netflix, joga na cara que a vida de glamour da nobreza européia e as festas e bailes com lordes e rainhas nem de longe são os reais motivos de encantamento.
Baseada na saga de livros do mesmo nome da autora Julia Quinn, a trama apresenta a alta sociedade da Regência Britânica com suas temporadas de bailes, muito usadas para ocasionar enlaces matrimoniais para fortalecer títulos e riquezas das famílias. O que tempera tudo (além dos casos tórridos de amor, claro) é a narração de Julie Andrews como Lady Whistledown, codinome da autora de um folhetim de fofocas distribuído entre os nobres. Os amantes dos livros garantem que a série impressiona e ultrapassa expectativas, mas muitos ainda preferem a versão impressa.
Com produção da aclamada Shonda Rhimes, tudo impressiona pelo requinte, detalhe e propósito. Foram mais de seis mil figurinos criados e as locações são de tirar o fôlego. A escolha do elenco diversificado também aponta um cuidado extraordinário com a série, colocando Bridgerton na vanguarda de colocar personagens negros ricos, cobiçados e chefes de estado em uma série que apresenta a realeza e alta sociedade londrina.
Colin Bridgerton (Luke Newton) e Marina (Ruby Baker) Portia Featherington (Polly Walker), Marina e
Genevieve (Kathryn Drysdale)Penelope Featherington (Nicola Coughlan) e Eloise Bridgerton (Claudia Jessie)
Além do mistério de quem é a Lady Whistledown, o que mais prende a atenção é o envolvimento entre a jovem Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor) e o Duque de Hastings, Simon Basset (Regé-Jean Page). E claro, os romances proibidos dos irmãos Bridgerton com mulheres que não possuem linhagem nobre. A defesa da honra, a importância do matrimônio, a relevância primária dos bens materiais e a falta de conhecimento sobre sexo e concepção são os temas recorrentes de cada episódio.
A família Bridgerton
Apesar das mulheres serem retratadas como mais espertas que os homens e, em muitas vezes apresentarem críticas sobre a condição da mulher subjugada e dependente da proteção e cuidados masculinos, algo deveria incomodar e não ser um dos principais pontos de conquista. As várias cenas de sexo (inocente, virginal e que ignoram realmente do que se tratam) quase instrucionais lembram muito um romance adolescente. No entanto, preocupa (ou ao menos deveria) que um homem mais velho e muito experiente conduzindo a relação sem qualquer educação ou informação seja tão bem recebido no século XXI.
Bridgerton da Netflix não traz apenas novos crushes, mistério, fofoca e uma excelente produção baseada num livro de sucesso. A série também mostra a importância da educação sexual, a forma como a mulher sempre teve um local imposto pela sociedade machista e patriarcal, e como isso ainda se sustenta.
O Melhor Episódio:
T01E08 – Depois da Tempestade