(Inside Out, EUA, 2015)
Direção: Pete Docter
Elenco: Amy Poehler, Phyllis Smith, Richard Kind, Bill Hader, Lewis Black, Mindy Kaling, Kaitlyn Dias, Diane Lane, Kyle MacLachlan
Roteiro: Pete Docter, Ronaldo Del Carmen, Meg LeFauve, Josh Cooley
Duração: 94 min.
Nota: 8
Apesar das muitas cores e dos personagens lúdicos, Divertida Mente é uma animação voltada para os mais velhos. Embora o visual agrade também aos pequenos, muito do que está sendo contado só pode ser realmente compreendido por aqueles que já passaram por algumas das fases retratadas no filme.
O longa conta a história de Riley, uma pré-adolescente feliz que se muda com os pais para uma cidade grande. Em seus primeiros dias de vida conhecemos os sentimentos que habitam o seu “painel de controle” e que dão cor aos dias da pequena. Com a nova cidade e seus desafios, os sentimentos precisam se readaptar a uma realidade completamente diversa daquela que era conhecida e sentimentos protagonistas, como a felicidade e tristeza acabam dando lugar a outros, como medo, nojo e raiva.
Inteligentemente construída, a animação cria uma bela, colorida e interessante representação da mente humana, e trabalha muito bem com a destruição do pré-estabelecido e a construção os traços de uma personalidade. Levando em conta mudanças que nem sempre são esperadas e peculiaridades das fases da vida. Coisas que não podem ser notadas pelos mais novos, mas que tocam fundo os mais velhos.
O roteiro é leve e divertido e ganha pontos ao buscar o reconhecimento daquilo que se vê na tela. Mesmo quem nunca passou por aquela situação específica, sabe exatamente quais são aquelas sensações e já se relacionou da mesma maneira com aquelas memórias.
Há ainda apelações sentimentais que podem parecer mais infantis, mas que, justamente por conversarem tão bem com a memória afetiva dos espectadores, cumprem seu papel e levam o público às lágrimas. Tudo cuidadosamente calculado e muito eficiente.
É curioso como Peter Docter se aproveita de um visual tão infantil para conversar tão de perto com alguém que já está distante desta fase e como isso funciona tão bem dentro da expectativa do diretor. Mesmo que toda a ação siga por um caminho, o sentido é dado por aquele que assiste ao filme e por sua percepção do que é a vida.
Justamente por isso, Divertida Mente é mais uma obra-prima dos estúdios Pixar, que precisa da maturidade do público para fazer sentido e fica na cabeça da gente por muito tempo após a projeção. Uma animação madura que, embora não faça o sucesso esperado com os pequeninos, fala muito, muito alto a todas as outras idades.
Um Grande Momento:
Vai lá, tristeza!
Oscar 2016 (indicações)
Melhor Roteiro Original
Melhor Animação
Links
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