Dom

Uma guerra que nasceu perdida, optando pela exclusão, punição e violência de corpos, enquanto a química chega rápido na solução de variadas mazelas ou diferentes necessidades de diversão, e na mesma velocidade ganha a corrida em viciar e, destino óbvio dentro de um campo de batalha, expor todos a situações de muito risco. Dom, série brasileira da Prime Video, traz a derrota da sociedade diante de um desastre que parece estar longe de acabar.

Inspirada na história real de um dos criminosos mais procurados do Rio de Janeiro, a série apresenta dois momentos importantes: o envolvimento do pai na luta contra as drogas desde sua concepção até seu envolvimento pessoal com o vício do filho, e Pedro Dom (Gabriel Leone) que desde criança se mostra aberto às emoções do risco e da cocaína.

O pai é Victor Dantas (Flávio Tolezani), um mergulhador amador que se torna um grande combatente do tráfico de drogas na capital fluminense. Além de mostrar o nascimento do tráfico nas comunidades, DOM traz o surgimento de toda a máquina criminosa que se alimenta de relações e esquemas, contaminando todos os poderes. 

O filho é Dom, um jovem que desde garoto tem atração pelo problema e se mete em confusão toda vez fica sem supervisão. Viciado em cocaína, entra no mundo do crime pela curtição até perceber que o caminho pode não ter mais volta. Por um lado, o personagem desperta um lado empático por sua doçura e seu jeito garoto carioca zona sul, por outro lado, seu próprio entendimento de sua condição privilegiada o coloca à frente do resto.

As consequências para a família e outros envolvidos são gigantes, tanto pelo pai e sua carga cármica de guerra, quanto pelo filho que parece uma bomba armada prestes a causar uma tragédia na vida de todos. A cidade do Rio de Janeiro também padece e se transforma com as marcas, seja com o crescimento da circulação de drogas e armas, seja com o envolvimento cada vez mais intenso da polícia e dos agentes de proteção na promoção do medo e da injustiça.

Uma série intensa, profunda e bastante sincera que pode levar a emoções muito antagônicas e confusas, despertando revolta e empatia ao mesmo tempo que o questionamento (pré-desalento) fica no ar: até agora, depois mais de 40 anos nada deu certo, só cresceu, ganhou espaço, uniforme, cadeiras federais e cases de empreendedorismo com chocolates e laranjas, estamos na direção certa?

Melhor Episódio:

T1E7 – Aprisionado

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