Direção: Allan Ribeiro
Elenco: Gatto Larsen, Rubens Barbot
Roteiro: Allan Ribeiro
Duração: 16 min.
Nota: 6
Entre afazeres domésticos cotidianos e não tão emocionantes, dois homens preparam-se para o ensaio de uma cena cinematográfica.
Enquanto um cozinha, o outro prepara o figurino utilizado na cena. O primeiro é o diretor, o segundo o ator. Este é o dançarino Rubens Barbot, fundador da primeira companhia negra de dança do Brasil. Aquele é seu companheiro e também diretor da mesma companhia.
Trazendo a dança para o cinema e mesclando as duas artes, o filme conta com a cenografia e coreografia da dupla. Barbot assina o figurino e Larsen, o roteiro, ao lado de Allan Ribeiro.
As direções de Ribeiro e Larsen se confundem. Com duas visões, a do diretor presente e a da câmera que capta os movimentos dos dois personagens, o público vê tudo por mais de um ângulo, o que é bem interessante.
Assim como são interessantes todas as referências visuais citadas (filmes de Visconti, Loach, Polanski, Lelouche e Truffaut são lembrados) para justificar movimentos da câmera, o título do filme e a coreografia.
Apesar disso, o ritmo lento do filme é complicado e passa a sensação de ter uma duração maior do que tem. Problemas com o som direto também atrapalham um pouco.
É um bom exercício de direção de Allan Ribeiro, que continua demonstrando muita competência ao retratar o cotidiano com delicadeza. Mas não supera, em composição, o emocionante e belíssimo O Brilho dos Meus Olhos e em enredo, o divertido De Boca em Boca, do mesmo diretor.