Crítica | Streaming e VoD

A Barraca do Beijo 2

(The Kissing Booth 2, GBR, EUA, 2020)

  • Gênero: Romance
  • Direção: Vince Marcello
  • Roteiro: Vince Marcello, Jay S Arnold, Beth Reekles
  • Elenco: Joey King, Jacob Elordi, Joel Courtney, Molly Ringwald, Taylor Zakhar Perez, Maisie Richardson-Sellers, Meganne Young
  • Duração: 130 minutos
  • Nota:

“Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre…”

Ah, a adolescência e seus amores eternos! Com muitos hormônios e a visão encantada do amor romântico, A Barraca do Beijo 2 chega à Netflix em uma continuação que segue de perto, ou quase, vários filmes para esse público específico, mas que não chega lá.

A Barraca do Beijo 2

Elle continua namorando com Noah, mas eles estão separados pela distância, já que ele foi fazer faculdade em Boston e, nesse afastamento, as coisas começam a se perder. Em casa, as coisas também estão complicadas com a relação com Lee, seu melhor amigo, que agora tem que dar atenção à namorada Rachel.

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Com um roteiro pouco profundo, com encontros e desencontros forçados, o longa de Vince Marcello precisa do background do filme anterior para se sustentar. É preciso já ter uma relação estabelecida com os personagens e suas histórias para se envolver com a narrativa.

A Barraca do Beijo 2

Se o problema afeta os personagens já conhecidos, isso piora com os novos. Enquanto a apresentação de Marco vem no susto, por um alto-falante e cenas de seu corpo encharcado de suor (o porquê dessa escolha será sempre um mistério), Chloe tem a função específica de confundir o espectador, sem que nenhuma outra camada sua seja trabalhada. 

Elle ainda é aquela que conta a história, explicitando suas emoções e explicando as situações numa meta-diegese cansativa e constante. Falta sutileza e sobra descrença na capacidade de quem assiste ao filme. Tudo é falado, esmiuçado, esclarecido, fazendo com que sobre pouco espaço para o sentir natural do espectador.

A Barraca do Beijo 2

A Barraca do Beijo 2 tenta ainda, sem muito sucesso, ser mais representativo. Acontece que o espaço que dá as representações, quando não e artificial, é equivocado, em reações e reafirmações de estereótipos.

Com uma produção mais elaborada do que a do primeiro filme e uma vontade de preencher lacunas deixadas, A Barraca do Beijo 2 busca uma fórmula antiquada, mas ainda eficaz com o público adolescente. Mas apenas buscar não é encontrar e, aqui entre nós, o público da paixão à flor da pele e muitos hormônios merece um filme melhor. Estão aí os longas de Susan Johnson (o primeiro Para Todos os Garotos) e Alice Wu (Você Nem Imagina) para provar.

Um Grande Momento
A competição. 

Ver A Barraca do Beijo 2

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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