Crítica | Streaming e VoDFIC Brasília

Rastros de Justiça

(Five Minutes of Heaven, GBR, 2009)

A Irlanda é um daqueles países que tem uma história de muito sangue derramado. O conflito religioso entre os católicos e protestantes do local gerou inúmeras vítimas e causa sofrimento até hoje com a marca de todas essas mortes.

Five Minutes of Heaven volta às marcas desta guerra civil e, com uma história ficcional, toca na ferida aberta de mortes despropositadas e do efeito de uma delas, especificamente, na vida de dois envolvidos.

Apoie o Cenas

Alistair Little era guerrilheiro e, para provar seu valor ao seu grupo, assassina o filho de uma família católica, sem medir consequências de seu ato e sem dar muita importância para a presença do irmão caçula da vítima, Joe Griffen, que presencia os disparos.

Vinte cinco anos depois, os dois estão prestes a se encontrar em um programa sensacionalista que ganha dinheiro e audiência ao mostrar reconciliações. Enquanto Little carrega o peso da culpa e do olhar assustado da criança, Griffen não vê a hora de se vingar da devastação de sua mãe, que sempre o culpou por não ter feito nada na noite do crime.

Ainda que tenha um bom roteiro, consiga despertar alguma ansiedade no público e conte com boas atuações de Liam Neeson e James Nesbitt, o filme parece não confiar em sua essência. A sensação de que alguma coisa está faltando na história e na criação dos personagens persiste até o final da projeção e o que poderia ser uma experiência interessante vira mais um filme de drama psicológico, sem muitas novidades e sem muita coisa a dizer.

Uma boa pedida para aqueles que gostam de filmes do gênero e conhecem um pouco da sangrenta história irlandesa, mas para ser vista sem grandes expectativas.

Um Grande Momento

Quando acaba.

Links

    

Drama
Direção: Oliver Hirschbiegel
Elenco: Liam Neeson, James Nesbitt, Anamaria Marinca, Juliet Crawford, Niamh Cusack, Mark David, Richard Dormer, Katy Gleadhill
Roteiro: Guy Hibbert
Duração: 90 min.
Minha nota: 6/10

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
3 Comentários
Inline Feedbacks
Ver comentário
Ibertson Medeiros
Ibertson Medeiros
16/11/2009 03:42

Já eu gostei bastante do filme. Dá a impressão que faltou algo ao filme mesmo, por causa de sua curta duração, mas possui uma ótima história e a atuação de Nesbitt merecia uma indicação ao Oscar.

Botão Voltar ao topo