Crítica | Streaming e VoD

Garotas de Cristal

Fora do passo

(Las niñas de cristal, ESP, 2022)
Nota  
  • Gênero: Suspense
  • Direção: Jota Linares
  • Roteiro: Jota Linares, Jorge Naranjo
  • Elenco: María Pedraza, Olivia Baglivi, Jota Castellano, Iria del Río, Fernando Delgado-Hierro, Marta Hazas, Paqui Horcajo, Silvia Kal
  • Duração: 137 minutos

O novo drama espanhol da Netflix, Garotas de Cristal, dirigido por Jota Linares e estrelado por María Pedraza ao lado de Paula Losada, Mona Martínez e Marta Hazas, causa altas expectativas pela presença de Pedraza, de La Casa de Papel e Elite, ainda mais quando se sabe que a atriz era também bailarina profissional, mas não deixe essa expectativa crescer demais.

Infelizmente, o longa-metragem conta com inúmeros clichês dos filmes clássicos de balé, com pitadas de agonia pelas dores físicas a que bailarinas são submetidas; empatia pelas dores emocionais de toda a turma em preparação para a grande estreia; e um pouco de loucura da personagem principal.

As Garotas de Cristal
Manolo Pavon/Netflix

Talvez, eu diria, o filme pudesse ser classificado ali, acima de Barbie e o Quebra Nozes, e abaixo de Cisne Negro… mas não tenho certeza dessa colocação, já que a atuação da Barbie costuma ser convincente para o público infantil, e a gente até torce pra ela ficar com o amor da vida dela. Garotas de Cristal é apenas um filme com histórias que são lançadas ao público para que entendam a dor da vida da bailarina, atrelada à perfeição que ela apresenta ao palco, na tentativa de demonstrar a dicotomia entre o que vemos e o que os bailarinos passam, e que já está manjada nas telas.

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Não há que se falar em qualquer cuidado em cenas “externas”, de modo que a presença do chroma key chega a incomodar, mas a cena em si é tão desnecessária, longa e tediosa que a gente até esquece o efeito visual (ou a ausência dele) por alguns segundos para focar no ponteiro do relógio no pulso.

As Garotas de Cristal
Manolo Pavon/Netflix

As cenas de balé em si são o ponto alto do filme: as coreografias são realmente bonitas e complexas, apesar de as atuações não convencerem em absoluto, então, não posso desvalorizar por completo o trabalho do diretor, que conseguiu valorizar bem as danças ao longo da película – ainda bem, porque se não ia ser difícil achar algo elogiável.

Enfim, Garotas de Cristal é um filme xoxo, capenga, manco, anêmico, frágil e inconsistente, que merece sua audiência em um programa de filmes à tarde na TV aberta.

Um grande momento
Espelhos no começo do filme

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Daniela Strieder

Advogada e ioguim, Daniela está sempre com a cabeça nas nuvens, criando e inventando histórias, mas não deixa de ter os pés na terra. Fã de cinema desde pequenina, tem um fraco por trilhas sonoras.
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