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13 Minutos

(Elser, ALE, 2016)
Drama
Direção: Oliver Hirschbiegel
Elenco: Christian Friedel, Katharina Schüttler, Burghart Klaußner, Johann von Bülow, Felix Eitner, David Zimmerschied, Johann von Bülow, Felix Eitner
Roteiro: Léonie-Claire Breinersdorfer, Fred Breinersdorfer
Duração: 114 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆

Há uma infinidade de histórias que merecem ser contadas. A do carpinteiro Georg Elser é, sem dúvida, uma delas. Membro do partido comunista, aquele homem resolveu, sozinho, dar um fim nos absurdos nazistas que presenciava diariamente. Ao saber que Hitler iria discursar em Munique, infiltrou-se no local e plantou uma bomba-relógio.

Tudo milimetricamente calculado. Porém, por um imprevisto, o fürer precisou sair mais cedo do local. Por 13 minutos, Elser não impediu a Segunda Guerra Mundial. É muito curioso pensar que aquela pessoa poderia ter mudado a realidade do mundo atual. Poderia não ter havido holocausto, guerra fria e o Estado de Israel não teria sido criado. A realidade da África seria diferente, não haveria a bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki e os Estados Unidos talvez não chegassem onde chegaram. Isso sem falar que algumas áreas como medicina, publicidade, tecnologia da informação e muitas outras teriam um desenvolvimento completamente diferente.

Isso, claro se Hitler não virasse um mártir e, dado o surto coletivo dos alemães, um outro qualquer não assumisse seu posto logo em seguida. Mas o pensamento vem à cabeça quando se pensa na possibilidade daquela pessoa não existir. De como apenas 13 minutos seriam suficientes para mudar tudo que aconteceu em seguida. Há ainda o alento de pensar que, não importa o quanto se manipule e aliene, sempre haverá oposição, e capaz de mudar alguma coisa.

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Dirigido de maneira bastante tradicional por Oliver Hirschbiegel (A Queda), 13 Minutos busca retratar quem foi Georg Elser, sua posição anti-nazismo e como ele construiu a bomba. Utilizando-se de uma narrativa entrecortada por flashbacks, pequenas intersecções remetem aos casos amorosos do jovem, aos muitos absurdos perpetrados com a constituição do nazismo e à montagem do artefato.

A ousadia de Hirschbiegel está na cena de delírio, que assume o granulado e a estética onírica, e mistura elementos modernistas, surrealista e pop arte. O lampejo deixa claro o quanto a estrutura clássica de antes e depois amarra o filme.

Mas, ainda assim, é uma história digna de ser conhecida por todos. Afinal de contas, não é sempre que se tem um protagonista real que teve perto de mudar o mundo como conhecemos hoje. 13 minutos muito perto.

Um Grande Momento:
O soro.

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Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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