- Gênero: Animação
- Criador: Radford Sechrist, Bill Wolkoff
- Canal: Netflix
- Elenco: Kipo aborda exatamente as consequências do segregacionismo e como o amor e a amizade podem transformar a realidade
- Temporadas: 3
- Duração: 23 minutos
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O conceito de segregação apesar de simples, é tendenciosamente ignorado justamente para que os privilégios que facilitam a sobrevivência no mundo cão sejam mantidos. É exatamente por isto que o tal racismo reverso é insistentemente proclamado quando se tenta aplicar alguma política afirmativa para promover alguma diminuição de desigualdade, ou quando algum direito civil se é proposto a grupos minoritários se vê tanto alvoroço: dá medo de viver, e é assustador ser o oprimido, ser a presa, estar do outro lado. Kipo, a série de animação da Dreamworks na Netflix, aborda exatamente as consequências do segregacionismo e como o amor e a amizade podem transformar a realidade.
Em um futuro distópico, os humanos foram viver no subterrâneo e os animais tomaram conta da superfície, sofrendo mutações genéticas que os levaram desde características intelectuais, morfológicas e sociais dos humanos (como os gatos lenhadores e os sapos mafiosos), até um super gigantismo (os mega coelhos). O que sobrou da civilização foi tomado por todo tipo de fauna e flora e tudo é uma grande coexistência de cidade e floresta, e seus riscos somados.
Kipo é uma menina do subterrâneo que por acidente foi parar na superfície e tenta encontrar o caminho de volta para casa e reencontrar seu pai. Ela tem uma maneira muito positiva de encarar as coisas, nunca desanima e sempre vê sempre no outro um motivo para acreditar. De cara ela encontra duas outras crianças, Dave e Mandu, que sempre viveram na superfície, sendo ou marginalizados por algumas criaturas ou desejados por outras como presas. simbolizados como presas. Justos eles se apoiam nessa jornada surreal e cheia de perigos.
Além de divertido e com o enredo envolvente, os personagens são muito inteligentemente desenvolvidos: os sapos, os lobos e os gatos mostram um trabalho bem interessante nesse sentido. Mas o que realmente surpreende e faz amar Kipo e os Animonstros é a sensibilidade e a profundidade da Kipo, principalmente na relação dela com seus amigos humanos (oprimidos) e sua leitura com relação aos animais evoluídos (novos opressores), e como ela inverte as situações. Ela é genial!
A cada episódio é possível aprender algo novo sobre segregação (social, racial, de gênero…) e sobre opressão ou abuso de poder, bem como, uma forma ideal de lidar com com isto. Temas como tolerância, perdão, colaboração antes de competição, amizade, acolhimento e compaixão são frequentemente abordados de forma leve, simpática e carismática. É o tipo de coisa que dá para ver tudo de uma vez, ou ir curtindo de pouquinho, depende do seu estado de espírito. As crianças podem ver em looping.
Entre neste mundo invertido onde os humanos são as caças e os bichos os caçadores e reforce o que tem de bom dentro de você com Kipo, Manu e Dave e mantenha a mente aberta para todo e qualquer movimento de promoção de diminuição de desigualdade, mesmo porque, ninguém quer tirar de ninguém, só quer se juntar e ser amado.
O melhor episódio
T1E7 – Mulholland