(Laitakaupungin valot, FIN/ALE/FRA, 2006)
Direção: Aki Kaurismäki
Elenco: Janne Hyytiäinen, Maria Järvenhelmi, Maria Heiskanen, Ilkka Koivula, Sergei Doudko
Duração: 78 min.
Nota: 7/10
Luzes na Escuridão chega como a última parte da trilogia iniciada com Nuvens Passageiras e Um Homem Sem Passado. No filme, Koistinen é o segurança noturno de uma joalheria. Sua vida é insignificante e ele tenta se agarrar em projeções de um futuro inatingível.
Solitário e introspectivo, seu único relacionamento social parece ser com a vendedora de salsichas de um trailer no caminho de casa, com quem troca duas ou três palavras ao fim do dia.
Até que uma loira se aproxima e ele se interessa por ela. Na verdade, tudo que ela quer é se aproveitar dele para roubar a joalheria.
Ainda que a trama lembre o estilo _noir_ de fazer cinema, as semelhanças se dissipam nas primeiras interações entre os personagens e no jeito autoral do cineasta finlandês pensar o cinema.
Planos extremamente tradicionais, quase nenhuma trilha sonora, diálogos escassos e interpretações propositalmente forçadas dão o tom solitário e desesperançoso à história deste homem e, mesmo com a narrativa lenta, envolvem os espectadores e causam sentimentos conflitantes, como a raiva e a compaixão pelo protagonista.
Com Luzes na Escuridão, Kaurismäki completa o seu ciclo. Se em Nuvens Passageiras a dupla central não tem um presente e em Um Homem Sem Passado o protagonista não tem nenhuma história sobre sua vida para contar, em Luzes na Escuridão, é o futuro quem deixa de existir.
Uma obra diferente do convencional e que merece ser conhecida. Os mais impacientes e agitados podem ficar incomodados com o ritmo.
Um Grande Momento
A saída para resolver o problema do cachorro.