(Madonna, KOR, 2015)
Direção: Shin Su-won
Elenco: Seo Young-hee, Kim Young-min, Kwon So-hyun, Byun Yo-han
Roteiro: Shin Su-won
Duração: 120 min.
Nota: 1
Uma coisa é ver o machismo nos filmes de antigamente, quando a falta de espaço e de consideração com as mulheres era uma realidade social. Outra coisa é ver filmes atuais que propaguem este tipo esteriótipos que já deveriam ter sido superados há muito tempo. Quando o filme é dirigido por uma mulher, como o longa-metragem Madonna, é ainda mais triste.
Depois de uma sequência de cenas bonita e interessante, o filme começa a escorregar em um emaranhado de clichés de gênero. As meninas bonitonas que atendem em uma área vip do hospital não devem se negar a satisfazer os desejos dos pacientes ricos; uma prostituta gorda em coma se transforma em apenas mais um objeto para satisfazer a vontade de um homem, e por aí vai.
Além do preconceito de gênero, o filme ainda perde muito da capacidade técnica em seu desenvolvimento. O roteiro se confunde em inúmeros arranjos fáceis e pouco conviventes, e se entrega, sem nenhum pudor, a sequências de flashbacks superficiais, estas ainda mais preconceituosas.
Pretensas passagens mal encenadas de choque frustram o espectador, que tem dificuldade em permanecer na sala. Talvez a ideia possa até ter sido chocar, mas não funciona. Os risos em algumas sequências claramente dramáticas é uma prova disso.
Há ainda momentos que escorregam na tentativa de serem artísticos demais e terminam bizarros, como a cena do bebê. Completando o problema, o desfecho é desesperançoso e sobrecarregado na intenção de demonstrar que todas as mulheres, independente do que fazem, têm um final triste e carregado de culpa, mesmo que as coisas deem certo no final.
Para não dizer que tudo no filme é negativo, Seo Yeong-hie (O Caçador) se esforça para dar vida à sua personagem e faz um bom trabalho. A fotografia do filme, assinada por Yun Ji-woon também tem os seus momentos.
Funcionaria muito bem como um curta-metragem se focasse apenas na história do trauma da enfermeira, aquele que abre lindamente o filme. Como longa é uma tortura, e, como toda tortura, ninguém merece passar por isso.
Um Grande Momento:
A primeira cena.
Links
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=yI2bm8wtIFU[/youtube]
[Festival do Rio 2015]