(Meu País, BRA, 2011)
Direção: Andre Ristum
Elenco: Rodrigo Santoro, Cauã Reymond, Débora Falabella, Paulo José, Anita Caprioli, Luciano Chirolli, Stephanie de Jongh, Eduardo Semerjian, Nicola Siri
Roteiro: Marco Dutra, Andre Ristum, Octavio Scopelliti
Duração: 90 min.
Nota: 7
Desolação e aperto no peito. Esse é o clima de Meu País, primeiro longa não documental de André Ristum (Tempo de Resistência), com Rodrigo Santoro (Leonera), Cauã Reymond (Se Nada Mais Der Certo) e Débora Falabella (Lisbela e o Prisioneiro). O sentimento de devastação está em todos os lugares. Na falta de luz e no granulado, na tomadas longas e, principalmente, nos muitos silêncios que os personagens não sabem como preencher.
A história começa com a volta forçada de Marco ao país depois da morte do pai. Empresário bem sucedido, ele vive há anos na Itália, onde construiu a sua vida. Na volta ao Brasil encontra a empresa do pai em má situação e seu irmão completamente perdido em vícios. Descobre também um segredo que seu pai escondeu durante anos e precisa ser resolvido.
Sentimentos contidos e uma brutal ausência de intimidade entre os personagens envolvem o espectador que percebe estar vendo uma história que nunca vai ser contada completamente e tampouco digerida por aqueles que a vivem na tela. Muito pelas ideias visuais do diretor, a competência de Hélcio Alemão Naga (A Árvore da Música) na direção de fotografia e a precisão de Paulo Sacramento (É Proibido Fumar) na edição, mas mais pela interpretação dedicada do trio de protagonistas, estrelas já conhecidas da telinha.
A segurança de Reymond é tão perceptível quanto o seu amadurecimento. Menino bonitinho fadado a papéis de galã na televisão, ele vem mostrando que pode sim assumir desafios maiores e entregar bons personagens. Falabella é muito dedicada e vive uma personagem desafiadora com competência. Santoro parece ter atingido a maturidade e consegue facilmente dar vida a papéis contrastantes, mas devia voltar logo para terrinha, onde seu trabalho é mais valorizado e onde o mercado cinematográfico faz um movimento contrário ao dos Estados Unidos. Paulo José (Quincas Berro D’Água) vive o pai dos meninos e mesmo sendo pequena, sua participação é ótima.
Embora não tenha se livrado de todas as coisas dispensáveis, o filme consegue deixar tudo em seu lugar e funciona como deveria, fluindo bem, mas sem ser fácil. O incômodo deixado confunde o espectador, que só conclui o filme muitos minutos depois da saída da sala de projeção. Completamente subjetivo, pode desagradar quem gosta de filmes menos interpretativos.
Um Grande Momento
Canção de ninar.
Links
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