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Minha Mãe É uma Peça – O Filme

(Minha Mãe é uma Peça, BRA, 2013)

Comédia
Direção: Andre Pellenz
Elenco: Paulo Gustavo, Rodrigo Pandolfo, Ingrid Guimarães, Herson Capri, Ana Karolina Lannes, Samantha Schmütz, Alexandra Richter, Mariana Xavier, Mônica Martelli, Suely Franco, Bruno Bebianno
Roteiro: Paulo Gustavo, Fil Braz
Duração: 95 min.
Nota: 6 ★★★★★★☆☆☆☆

Sucesso no teatro por alguns anos, o monólogo Minha Mãe é uma Peça foi parar nas telas de cinema. A história é sobre dona Hermínia (Paulo Gustavo), uma senhora de meia-idade, divorciada, solitária, mãe zelosa e que, sem papas na língua, não faz cerimônia para dizer tudo o que vem à sua cabeça.

Decepcionada com os filhos, ela abandona o lar e decide passar uns dias na casa da tia Zélia (Suely Franco). Enquanto Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Marcelina (Mariana Xavier) tentam descobrir o paradeiro da mãe, Hermínia desabafa com a tia, relembrando bons e maus momentos da experiência de ser mãe.

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Minha Mãe é uma Peça é um filme com uma intenção bem definida: provocar o riso. Este objetivo ele consegue atingir facilmente. Já conseguimos ter uma ideia do que presenciaremos ao longo da projeção logo na sua abertura, quando o narrador nos apresenta a cidade de Niterói, local onde a história se passa, de maneira irônica e debochada.

É provavelmente a produção mais engraçada desta enxurrada de comédias da Globo Filmes dos últimos anos, mas isto não quer dizer que ela não tenha defeitos. Um deles é a forma como os acontecimentos do passado são contados, atrapalhando a narrativa. Pincelar uma história ali e outra aqui usando flashback para mostrar exemplos de situações vividas por Heminia é válido para legitimar os motivos que levaram a dona de casa a abandonar o lar, mas a sensação é a de que as situações não estão bem conectadas umas as outras. Isto também ocorre quando a história se passa no presente, como na reunião de condomínio e principalmente na cena com o casal de moradores que cantam no karaokê. São momentos que existem apenas para provocar o riso e não para fazer parte do contexto da história.

Se o roteiro de Minha Mãe é uma Peça tem seus problemas, a obra conta com um grande trunfo: Paulo Gustavo. Ele faz uma mulher descompensada, que age por impulso, com filhos que a chamam de louca, se envergonham dela e que, para piorar, foi trocada pelo marido por uma mulher mais jovem e mais “gostosa”. Obviamente o personagem só funciona porque é caricato e Paulo Gustavo sabe trabalhar bem Hermínia. A voz estridente, o jeito desengonçado de se mover usando salto alto, o gestual, tudo bem funcional no personagem.

Sabemos que por trás da maquiagem e dos bobes no cabelo há um homem, mas em muitos momentos a interpretação nos faz esquecer disto. Percebemos que a “afetação” da personagem nada mais é do que uma defesa por não saber direito como lidar com o desafio de criar filhos adolescentes, além de conviver com a dor de ter sido trocada da forma que foi, situação que atinge diretamente a autoestima de qualquer mulher.

Mesmo diante de todo o exagero presente nas cenas, a audiência fica tão cativada ao perceber essa humanidade do personagem, que torce para que Hermínia, apesar da falta de tato e de meter os filhos nas situações mais constrangedoras possíveis, tenha um final feliz.

A atuação do restante do elenco, que conta com a presença dos globais Ingrid Guimarães, Herson Capri, Alexandra Ritcher e Samantha Schmütz, é mediana, meio que no automático, mas que não compromete o filme.

Apesar das interpretações aquém do elenco secundário; dos problemas de roteiro; de algumas piadas de caráter politicamente incorreto, principalmente as relacionadas à obesidade, e outros pequenos erros, não se pode dizer que a produção não é eficiente naquilo que se propôs ser.

Minha Mãe é uma Peça é um filme leve que nos faz rir do começo ao fim e nos deixa com vontade de querer ver mais (a continuação já foi confirmada). Cumpre o que promete e é uma das comédias mais divertidas do cinema nacional dos últimos anos.

Um Grande Momento:
Após os créditos finais

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Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=HrST-4WLlbA[/youtube]

Mila Ramos

“Soteropaulistana”, publicitária, amante das artes, tecnologia e sorvete de chocolate. O amor pela Sétima Arte nasceu ainda criança, quando o seu pai a convidava para assistir ao Corujão nas noites insones. Apaixona-se todos os dias e acredita que o cinema é capaz de nos transportar a lugares nunca antes visitados. Escreve também no Cartões de viagens imaginárias.
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