Ypê Nakashima era um artista de nascença. Mesmo contrariando o pai, aos 17 anos, resolveu ingressar na Escola de Belas Artes de Kyoto. Ele teve que deixar os estudos depois de ser convocado pelo exército japonês para um batalhão anti-bomba na cidade de Nagasaki, onde foi lançada a segunda bomba nuclear.
Depois do fim da guerra e do retorno a Kyoto, Nakashima concluiu os estudos e ganhou notoriedade com suas tiras em grandes jornais locais. Mas o Brasil estava em seu futuro e, em 1956, embarcou para o nosso país com a família.
Foi aqui que se destacou com filmes publicitários, como o dos Cobertores Parahyba, se aproximou do cinema e produziu seus primeiros curta-metragens, que nunca chegaram a ser exibidos.
Em 1966 começou a produzir, a duras penas, o seu primeiro longa-metragem, Piconzé. O filme só estreou em 1972, ganhou o prêmio Coruja de Ouro do Instituto Nacional do Cinema e foi convidado a participar de um festival em Moscou.
Histórias como esta precisam ser melhor conhecidas por todos e é por isso que o Espaço Cultural Fundação Japão abre suas portas hoje, às 14 h, para a mostra dedicada à vida e obra deste visionário.
A mostra contará com uma exibição de Piconzé, uma exposição com as obras e objetos pessoais de Nakashima e um documentário sobre sua vida dirigido por Hélio Ishii.
No hotsite do evento é possível encontrar muita coisa produzida pelo ilustrador, pintor e diretor japonês, além de trazer também muitas curiosidades sobre sua vida.
A programação completa da mostra pode ser conferida aqui.
O Espaço Cultural Fundação Japão fica na Av. Paulista, 37, 1º andar e a entrada é gratuita.