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No Dia das Mulheres: algumas diretoras

O dia das mulheres pode render várias listas interessantes: atrizes, personagens femininas marcantes e filmes sobre as conquistas das mulheres. Mas no dia seguinte à cerimônia do Oscar, com Kathryn Bigelow surpreendendo como a primeira diretora a ganhar a estatueta, vamos falar daquelas que assumem o controle do filme e não só o idealizam como o tornam realidade.

Com vocês, dez regentes da sétima arte.

Foto: Kevin Winter/Getty Images
Kathryn Bigelow
A primeira mulher a ganhar a estatueta mais cobiçada de Hollywood é conhecida por levar seu olhar delicado a produções tipicamente dirigidas por homens. Seu curta de estréia, um trabalho de faculdade chamado Set-Up, fala do potencial sedutor da violência no cinema e é a prévia de uma filmografia cheia de adrenalina e, muitas vezes, de testosterona também.
Destaque: K-19: The Widowmaker
Foto:  Frazer Harrison/Getty Images
Sofia Coppola
Ser filha de um dos mais reconhecidos diretores do cinema não foi o suficiente para fazer Sofia Coppola desistir das empreitadas por trás das câmeras, diga-se de passagem, muito melhores que as suas experiências como atriz. Seus filmes são sutis e transpiram delicadeza. A preocupação com os mínimos detalhes também é uma característica dela.
Destaque: Encontros e Desencontros
Foto: Divulgação Santa Menina
Lucrecia Martel
Atualmente na Argentina as mulheres têm marcado seu lugar no posto de direção de filmes. Albertina Carri e Paula Hernández são bons exemplos disto. Porém, Lucrecia Martel é aquela que mais me surpreende com seus filmes e, de certa maneira, foi uma das responsáveis pela nova vertente do cinema daquele país.
Destaque: Santa Menina
Foto: Leonardo Lara
Suzana Amaral
Enquanto o cinema nacional era quase totalmente dominado pelos homens, numa época complicada para a criação audio-visual, Suzana Amaral resolveu enfrentar os preconceitos e assumir a sua paixão. Com a cara e a coragem é a responsável por um dos filmes brasileiros mais respeitados no exterior.

Destaque: A Hora da Estrela

Apoie o Cenas
Foto: splet
Lina Wertmüller
Na estrada há muito tempo, a italiana Lina Wertmüller foi assistente de direção de Federico Fellini, tem mais trinta títulos na bagagem e foi indicada ao Oscar, à Palma de Ouro e ao Urso de Prata. Com 83 anos, ainda na ativa, Wertmüller acaba de lançar a comédia romântica Mannaggia alla miseria.
Destaque: Pasqualino Sete Belezas
Foto: Telegraph/UK
Claire Denis
Desde que estreou com o meigo Chocolate, Claire Denis mostrou que tinha uma habilidade extra para lidar com situações complexas com uma sensibilidade ímpar. Preconceitos, sentimentos negativos e relações familiares já foram temas de seus filmes.
Destaque: 35 Doses de Rum
Foto:  Sara De Boer/Retina Td./Corbis
Nora Ephron
Todo mundo diz que entre os gêneros cinematográficos, aquele que mais agrada às mulheres é a comédia romântica. Ainda que a qualidade técnica desses filmes não seja tão notável, é fato que fazem sucesso. Entre os diretores das produções água-com açucar, uma que se destaca é Nora Ephron e suas histórias cotidianas.

Destaque: Sintonia de Amor

Foto: AFP/Reuters/Southern Press
Susanne Bier
A dinamarquesa Susanne Bier é daquelas que gosta de tratar de histórias complexas, mas que não abre mão da sutileza. Sua carreira começou com um curta baseado em uma das músicas do álbum “The Breathtaking Blue”, da banda alemã Alphaville. A direção de atores é um ponto forte em seus trabalhos.
Destaque: Depois do Casamento
Foto: Juan Guerra/AE
Laís Bodanzky
Outra brasileira que não pode ficar de fora desta lista é Laís Bodanzky. Além de estar sempre trabalhando pelo cinema quando não está nos sets de filmagem, esta diretora paulistana é um exemplo de dedicação e qualidade. Seu novo filme, o adolescente As Melhores Coisas do Mundo, estréia em breve nos cinemas do país.
Destaque: Chega de Saudade
Foto: Soeren Stache/ AFP/Getty Images
Jasmila Zbanic
A diretora bósnia Jasmila Zbanic já mostrou ao mundo que sabe como retratar as marcas que as guerras deixam nas mulheres. Temas como a violência durante as guerras balcânicas e o fundamentalismo religioso são tratados com muita propriedade pela jovem diretora.

Destaque: Em Segredo

Estas são as minhas dez escolhidas para representar todas aquelas que enfrentaram o machismo e assumiram as rédeas de um filme, mas que todas as outras se sintam aqui homenageadas.

Um feliz dia das mulheres para todas elas e para todas nós também!

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
4 Comentários
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Rafaela
Rafaela
23/06/2010 12:51

Pra mim ficou faltando:

Jane Campion (o último filme dela, Brilho de uma paixão, foi o melhor da safra 2009, pra mim),
Liliana Cavani (O porteiro da noite),
Lisa Cholodenko (O último dela, The kids are all right, tá super cotado pras premiações que vem ai)

De resto, excelente lista! Ainda que eu deteste os filmes da Nora Ephron, rs.

Amanda Aouad
Amanda Aouad
09/03/2010 09:00

Ótima lista, Kathryn Bigelow mereceu o prêmio, não apenas por ser mulher, mas pelo excelente trabalho. Eu destacaria também Barbra Streisand que acabou sendo homenageada tb ao entregar o prêmio de direção. Apesar de muitos falarem mal, eu gostei de O príncipe das marés e adorei O Espelho tem duas faces (os dois filmes que ela dirigiu).

Mayara Bastos
Mayara Bastos
09/03/2010 07:35

Bela seleção! E é gratificante vermos as mulheres conquistando seu espaço, dá muito orgulho.

Só faltou na lista a Jane Campion.

Beijos! ;)

Marcio Melo
Marcio Melo
09/03/2010 07:29

Grandes mulheres!

E Kathryn Bigelow acabou florindo e animando ainda mais o dia da mulher!

Que Bom!

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