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Nocaute

(Southpaw, EUA, 2015)

Drama
Direção: Antoine Fuqua
Elenco: Jake Gyllenhaal, Rachel McAdams, Forest Whitaker, Oona Laurence, 50 Cent, Skylan Brooks, Naomie Harris
Roteiro: Kurt Sutter
Duração: 124 min.
Nota: 4 ★★★★☆☆☆☆☆☆

Ainda muito apegado à violência, Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) tenta, em Nocaute, criar seu próprio Touro Indomável, mas o resultado final está muito mais adequado a um Rocky, um Lutador bastante piorado. Melodramático ao extremo, o longa-metragem é cansativo, repetitivo e não traz nada de novo.

Billy Hope é um lutador de boxe que cresceu em um abrigo para crianças abandonadas. Lá conheceu Maureen sua namorada de infância que se tornaria sua esposa e com quem teria uma filha. Cabeça quente, Hope não foge de uma briga e, em uma dessas confusões sua esposa é baleada e morre.

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Abalado, sem saber o que fazer, o lutador se afunda no luto e acaba perdendo a guarda de sua filha. A vontade de voltar a morar com a menina é que vai fazer a diferença.

Entre muitos socos e sangue, o filme se perde no melodrama da história. Uma infinidade de diálogos melosos intercala-se com cenas provocativas que têm como único objetivo causar alguma emoção em quem assiste ao longa. Talvez algumas até funcionem, mas o excesso faz o efeito contrário.

Há momentos envergonhantes, como a maioria das conversas entre Hope e o seu novo treinador Tick Wills, vivido por Forest Withaker. O texto é raso e soa tão artificial que é difícil manter a atenção no filme. Até mesmo as lutas, um bom jeito de segurar o público, fracassam na confusão afetiva que as cercam.

Como era de se esperar, se sobra vontade de emocionar, sobra também trilha sonora, embora o trabalho de James Horner (Titanic) não seja de todo ruim. A maquiagem também tem lá seus momentos inspirados.

Se há alguma coisa realmente boa no filme, ela está nas atuações de Jake Gyllenhaal (O Abutre) e a jovem Oona Laurence (Lamb). Ele, mesmo sem um personagem consistente, consegue levar o filme nas costas durante um bom tempo. Ela, apesar da pouca idade, faz milagre com o pouco que tem nas mãos.

Nocaute é uma tentativa ultrapassada de fazer alguma coisa nova com velhos temas, mas que não consegue ser competente nem na vontade de fazer chorar, que parece mais importante de que a de contar uma história. Nem O Campeão, que tinha exatamente o mesmo objetivo, saiu-se tão mal.

Um Grande Momento:
Nada que tenha chamado tanto a minha atenção.

Nocaute_poster

Links

IMDb [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=j4E0mgFii0w[/youtube]

Cecilia Barroso

Cecilia Barroso é jornalista cultural e crítica de cinema. Mãe do Digo e da Dani, essa tricolor das Laranjeiras convive desde muito cedo com a sétima arte, e tem influências, familiares ou não, dos mais diversos gêneros e escolas. É votante internacional do Globo de Ouro e faz parte da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Critics Choice Association, OFCS – Online Film Critics Society e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
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