(Sutak, KGZ, 2015)
Direção: Mirlan Abdykalykov
Elenco: Taalaikan Abazova, Tabyldy Aktanov, Jibek Baktybekova, Jenish Kangeldiev, Anar Nazarkulova, Myrza Subanbekov
Roteiro: Ernest Abdyjaparov, Aktan Arym Kubat
Duração: 81 min.
Nota: 7
O longa-metragem Nômade Celestial, do Quirguistão, conta a história de uma família nômade composta por um casal de idosos, sua nora e sua netinha. Isolados, passam seus dias na lida com vacas e cavalos e, vez por outra, recebem a visita de um meteorologista, que trabalha em um posto próximo ao local.
Os dias da família são marcados pela saudade do filho que já faleceu e do neto mais velho, que foi estudar na cidade. Uma certa candura nas relações contraria pareceres e desaprovações de uma ou outra atitude.
Além da beleza do local, estonteante, o roteiro acerta ao mesclar os traumas daquelas família a contos populares, cheios de mitologia. Redondinho, o filme faz com que nos sintamos próximos daquela pequena família, despertando nossa curiosidade por cada um de seus personagens.
Nada acontece de maneira forçada ou não natural. O diretor Mirlan Abdykalykov também não faz questão de acelerar o ritmo com que conta sua história, dando espaço para que tanto os personagens quanto os espectadores descubram e sintam no mesmo momento.
Para que o resultado desse certo, foi fundamental a escolha do elenco, todo muito competente. As atuações femininas, porém, se destacam. Anar Nazarkulova, dá vida à senhora Karachach, uma mulher que é ao mesmo tempo amargurada e bem humorada, ferina pelas costas e extremamente cordial pela frente. Menos explícita, Taalaikan Abazova é Shaiyr, uma mulher que sofre com contradição dos costumes e de seus sentimentos.
Em um mundo tão violento e negativo, é na pureza, tão bem representada na tela pela jovem Jibek Baktybekova e sua Umsunai, que o filme consegue se diferenciar de tantas outras produções.
Simples, delicado e despretensioso, Nômade Celestial é um daqueles filmes que a gente sai feliz da sala por ter descoberto.
Um Grande Momento:
O guarda-chuva.
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